Delta disputa concessão da Sanecap
A Delta Construções que se tornou conhecida do público nos últimos anos por liderar o recebimento de recursos públicos por parte do Governo Federal e de boa parte dos Estados e que se encontra presente em Mato Grosso na coleta de lixo de Cuiabá e no aluguel de veículos para o Governo do Estado continua como campeã em obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) segundo publicação do site da Ong Contas Abertas.
Segundo informações do sistema financeiro do Governo Federal, a empresa que é de propriedade de Fernando Cavendish, já recebeu R$ 586,1 milhões em 2011, mais que o valor pedido no edital lançado pela Prefeitura de Cuiabá para quem quiser assumir a administração da Companhia de Saneamento da Capital que acumula dívidas da ordem de R$ 230 milhões, sendo a principal delas o fornecimento de energia elétrica que vem sendo pago em parcelas mas detém um retroativo de quase R$ 100 milhões.
A Delta assim como a Bimetal do empresário Mauro Mendes, e outras sete empresas, sendo quatro de Mato Grosso, duas de São Paulo, duas do Rio de Janeiro e uma do Ceará adquiriu por R$ 1 mil, a pasta contendo o edital e as regras da licitação de concessão da Sanecap que se não tiver atropelos em 22 de dezembro já deverá estar com seu destino definido para que no início de 2012 já esteja sob a gestão de uma empresa privada. Do total de R$ 516 milhões pedidos a titulo de outorga, R$ 140 milhões terão que ser pagos inicialmente, sendo que deste montante R$ 20 milhõe vão para pagamento de ações trabalhistas; R$ 30 milhões para fornecedores e R$ 90 milhões para um programa de pavimentação de ruas e avenidas da capital do Estado.
Na matéria da Ong Contas Abertas, a segunda empresa que mais recebeu recursos do PAC foi a Andrade Gutierrez com R$ 316 milhões, seguida pela Engesa Engenharia com R$ 300 milhões. O ranking leva em consideração apenas as empresas da iniciativa privada já que existem empresas públicas executando obras do PAC.
Leia a integra da matéria do site wwws.contasabertas que inclusive vem com um quadro detalhado dos pagamentos:
A maior parte da quantia recebida pela Delta é de restos a pagar, quadro esse comum ao PAC 2, como mostra reportagem do Contas Abertas. São R$ 421,8 milhões nessa modalidade, contra R$ 164,3 relativos a obras do orçamento 2011.
Segundo dados do Portal da Transparência do governo federal, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) é o maior parceiro da empresa carioca. Grande parte do dinheiro recebido em 2011 é referente a contratos com o órgão para a construção e manutenção de rodovias.
Já a Andrade Gutierrez tem a VALEC, empresa pública responsável pelas ferrovias nacionais, como principal parceira. Mais de 90% do dinheiro arrecado pela empreiteira vem da estatal. A soma é o pagamento por conclusões de etapas das ferrovias Norte-Sul e Oeste-Leste. A Egesa tem o DNIT como fonte quase única de seus recursos no ano.
Quando o levantamento é feito desde o lançamento do PAC, em 2007, a Delta também chega em primeiro lugar. São R$ 2,6 bilhões desde o lançamento do programa. Em segundo lugar a Queiroz Galvão, com R$ 1,5 bilhão, seguida pela SPA engenharia, com R$ 1,4 bilhões.
Porém, ambas não estão bem em 2011 e viram a Delta se distanciar no levantamento. A Queiroz Galvão é a quarta colocada no ano, com R$ 269 milhões, R$ 152 deles de restos a pagar. Já a SPA é a nona colocada, com R$ R$ 172 milhões dos quais R$ 103,6 se referem a restos a pagar. O levantamento do Contas Abertas se refere ao valores publicados até o dia 31 de outubro.
RESTOS A PAGAR
Os restos a pagar recebidos pelas cinco principais empreiteiras do PAC em 2011 (Delta, Andrade Gutierrez, Egesa, Queiroz Galvão e Aterpa) correspondem a R$ 1 bilhão. O número é 59% do total recebido pelas empresas no ano todo, que alcançou a cifra de R$ 1,7 bilhão.
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