IPCA acumula 6,9% desde novembro de 2010 e desde julho não ficava na casa dos 6%
Inflação dá primeiro alívio nos preços em 13 meses
Pela primeira vez em 13 meses a inflação parou de avançar mais do que no mês anterior. No período que vai de novembro de 2010 a outubro de 2011, os preços de bens e serviços acumularam um aumento de 6,9% no país. Segundo o IBGE, esse número é a primeira desaceleração desde agosto do ano passado, quando o IPCA acumulado de 12 meses havia ficado em 4,49%.
Esse dado tem dois significados: o primeiro é que a inflação parece voltar ao controle após bater em 7,31% em setembro e estourar a margem de segurança do governo ao atingir seu maior valor desde 2005. O ideal é que esse número fique em, no máximo, 6,5%. É o que o Banco Central considera seguro para o aumento de preços dos bens e serviços do país.
O IBGE deixou vazar ontem os dados de inflação que sairiam só hoje, por causa de um erro técnico. Pelos dados, só em outubro a inflação havia ficado em 0,43%.
Esse número é menor do que o 0,53% do IPCA visto um mês antes e aponta para o segundo significado: de que as medidas do governo para esfriar os preços parecem estar fazendo efeito suficiente para afastar o temor de que a meta não será cumprida em 2011.
Esse medo começou em maio deste ano, quando o indicador passou pela primeira vez do teto da meta em seis anos. A meta é de 4,5%, podendo ficar em até 2,5% ou até 6,5%.
O regime de metas foi instituído em 1999, após um início de década de hiperinflação e diversos planos econômicos para controlar a alta de preços. A ideia desse regime era dar um número para que o governo possa ter em que balizar seu controle inflacionário quando tornar público esse esforço.
Havia, desde maio, o temor de que a inflação fechasse o ano acima do teto da meta. Quando isso ocorre, o presidente do Banco Central, no caso, Alexandre Tombini, deve enviar uma carta ao ministro da Fazenda explicando as razões para o descumprimento. Cartas do tipo foram enviadas em 2001, 2002 e 2003.
O que acontece é que a inflação não é um número que pode ser previsto - por isso que o governo trabalha com esse tipo de ferramenta monetária para ajustar a economia. Entre os especialistas, o ideal para uma economia é que haja, sim, inflação, mas que ela fique em níveis baixos. Inflação estável significa que não houve alta nem queda de preços.
A inflação negativa, chamada de deflação, é ruim porque implica em queda de preços. E isso, por sua vez, leva a prejuízos das empresas e dos trabalhadores do ramo de prestação de serviços, por causa dos custos em queda. O desemprego e a crise são o caminho certo de um período prolongado. É justamente para isso que serve o controle inflacionário.
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