EUA condenam oficial que matou civis afegãos por diversão
O chefe de uma unidade do Exército americano no Afeganistão que matou vários civis desse país por diversão foi declarado nesta quinta-feira culpado de 15 acusações, três delas por assassinato premeditado, por um júri militar.
O sargento Calvin Gibbs foi considerado culpado de todas as acusações contra ele devido a seu papel nas mortes que ocorreram na província afegã de Candahar.
Os cinco membros do júri militar deram seu veredicto após um julgamento marcial que durou uma semana, e agora o processo passa à fase da sentença, que nos casos de assassinato premeditado normalmente é de prisão perpétua.
Gibbs, de 26 anos, é o suposto líder do chamado "time da morte", responsável por uma série de mortes de civis afegãos entre janeiro e maio do ano passado.
Três membros dessa unidade do Exército já se declararam culpados em um escândalo que ameaça manchar a imagem dos militares americanos, como ocorreu após os abusos na prisão de Abu Ghraib no Iraque, revelados em 2004.
O júri não aceitou os argumentos de Gibbs de que estava respondendo legitimamente a um ataque quando mataram os afegãos, antes de se apoderar de partes dos corpos e tirar fotos com os cadáveres.
Além disso, o sargento foi declarado culpado de ter colocado armas nos corpos dos civis mortos para que parecessem combatentes, e de ter arrancado os dedos e os dentes das vítimas para mostrá-los a seus colegas, algo que ele mesmo admitiu.
"Na minha cabeça, foi como guardar o chifre de um cervo que tinha caçado", afirmou na última sexta-feira ao expor sua versão dos fatos.
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