Brasil deve retomar liderança nas exportações de soja
As exportações brasileiras de soja deverão atingir 38 milhões de toneladas na safra 2011/12, o que representa um incremento de quase 27% em relação às exportações da safra anterior, quando o volume total foi de 29,95 milhões de toneladas. Se a estimativa se confirmar, o Brasil assume a liderança mundial nas exportações da oleaginosa. Os dados foram divulgados nesta quarta (09/11), pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
De acordo com a série histórica, o Brasil liderou o ranking nas exportações de grãos anteriormente em 2005/6. Essa volta à liderança agora deve ocorrer porque as estimativas do USDA reduziram ainda mais a previsão da produtividade nos EUA, o que diminui a oferta de soja no país e consequentemente reduziu o volume disponível para exportações. Para 2011/2012 a previsão é dos Estados Unidos exportarem 36,06 milhões de toneladas, comparado com 40,86 da safra passada, ou seja, redução de aproximadamente 13%.
O Brasil ganha a liderança, mas as condições de exportações são desfavoráveis quando se trata de valor agregado. Os EUA vão produzir 83 milhões de toneladas de soja e exportar 44% desse volume em grãos. Já as vendas brasileiras de soja em grãos devem atingir 51% dos 75 milhões a serem produzidos. Os argentinos vão colocar somente 21% da produção de soja em grãos no mercado externo, obtendo maior valor agregado nas vendas de óleo de soja e de biodiesel.
O mercado internacional continua aquecido e deve crescer 4% nesta safra. Só os chineses deverão importar 56,5 milhões de toneladas, dos 97,66 milhões de soja disponíveis para exportação, segundo o Usda. Na safra anterior, 92,41 milhões do grão foram exportadas. A produção mundial de soja, no entanto, cai de 264,18 para 258,6 milhões de toneladas, 2% menos do que no ano passado.
Milho - O Usda registrou queda também na produtividade de milho, que recua para 153,4 sacas por hectare, o menor patamar desde 2003/4. O órgão mantém a previsão de 61 milhões de toneladas para o Brasil, mas elevou a da Argentina para 29 milhões. O apetite chinês, sempre presente na soja, aumenta também no milho: vão comprar 3 milhões de toneladas.
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