Repórter News - reporternews.com.br
Nacional
Quinta - 10 de Novembro de 2011 às 13:15

    Imprimir


O governador Sérgio Cabral informou na manhã desta quinta-feira (10) que vai pedir a transferência do traficante Antônio Bonfim Lopes, o Nem, e de seus comparsas para um presídio federal de segurança máxima.

Chefe do tráfico na Rocinha, na zona sul do Rio, e um dos criminosos mais procurados do Estado, Nem foi preso por policiais militares nesta madrugada quando tentava deixar a comunidade escondido no porta-malas de um Corolla.

Mais cedo, agentes da Polícia Federal prenderam dez pessoas na Gávea, entre as quais três policiais civis, um policial militar reformado e um ex-PM que faziam a escolta dos demais. Eles receberiam R$ 2 milhões para escoltar a fuga dos criminosos.

Entre os traficantes detidos estão um criminoso conhecido como Coelho; seu braço direito, o Peixe; e Carré, chefe do tráfico do morro da Coroa (centro). Coelho era chefe do tráfico do morro São Carlos, na região central. A prisão se deu na Gávea, bairro da zona sul do Rio.

Em entrevista à Rádio CBN, Cabral ressaltou que, apesar da prisão de Nem, o trabalho na Rocinha não acabou.

- A Secretaria de Segurança Pública já prepara a documentação para o envio o mais breve possível desses marginais para fora do Rio, em um presídio de segurança máxima.

Segundo a Polícia Federal, Nem deve ser levado da sede da instituição na Praça Mauá, no centro do Rio, para o complexo penitenciário de Bangu, provavelmente, ainda nesta quinta.

O governador também falou sobre o envolvimento de policiais com o tráfico e ressaltou que os casos de desvios estão sendo punidos.

-  Nossa Polícia Militar está muito motivada. Nossos oficiais, nossos soldados, sargentos, nossos cabos. Nossa Polícia Civil fazendo trabalho extraordinário de investigação, de coleta de dados e de prisão. Acho que a gente tem que olhar pra essa grande maioria. Tem que se orgulhar. Se tem um ou outro que não presta e se submete a papel tão vexatório, esses serão punidos. Já estão sendo punidos.

 O secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, classificou a prisão do traficante como um grande passo no combate ao crime organizado no Rio de Janeiro, mas ressaltou que ainda há muito o que fazer.

- Nós demos um passo importante, mas ainda há muito a ser feito. Prender pessoas, apreender armas, drogas e munição é importante, mas precisamos acabar com o território, o porto seguro do comando paralelo. Essa é a grande vitória porque a simples ameaça da perda de território onde o tráfico dominava vulnerabilizou essas pessoas. Eles saíram do seu reduto e foram presos. A quebra desse paradigma é o nosso grande trunfo.

A partir desta quinta-feira (10), a polícia deve começar a preparar a ocupação da Rocinha e do Vidigal, em São Conrado, prevista para acontecer no domingo. Com aproximadamente 70 mil moradores, a favela da Rocinha é uma das maiores favelas do Brasil e uma das mais importantes para o tráfico de drogas.

Reportagem do R7 havia antecipado que o traficante Nem estaria retirando armas e drogas da Rocinha, com a ajuda de policiais. O setor de inteligência também detectaram a migração de traficantes da Rocinha para outras comunidades controladas pela mesma facção criminosa.

Os principais destinos são as favelas da Pedreira, Quitanda e Lagartixa, em Costa Barros, na zona norte do Rio, e o Complexo do Caju, na zona portuária, para onde iriam parte da droga, do armamento e criminosos.

O envolvimento de policiais com o traficante fora detectado pela Polícia Federal em outra ocasião. Em fevereiro, a PF desencadeou a operação Guilhotina, que prendeu 45 pessoas, a maioria policiais civis e militares. Segundo relatório da PF, um grupo de pelo menos quatro policiais recebia R$ 100 mil para passar informações a Nem sobre operações policiais na Rocinha e no Complexo de São Carlos, onde já há UPP.





Fonte: Do R7

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/69502/visualizar/