Após mais de 18 horas de julgamento, um cabo da Polícia Militar e sua ex-mulher foram condenados por homicídio e ocultação de cadáver em Belo Horizonte, nesta quinta-feira. Eles foram sentenciados pela morte de uma jovem de 25 anos, em dezembro de 2002, que teria sido amante do policial por nove anos. O corpo da vítima nunca foi encontrado.
O júri popular começou às 8h30 de quarta-feira e terminou pouco antes das 3h desta quinta-feira. O cabo foi condenado a 15 anos de prisão e sua mulher a 14 anos. Mas ganharam o direito de recorrer em liberdade. Além dos acusados, seis testemunhas e dois informantes foram ouvidos pelo Conselho de Sentença do 1º Tribunal do Júri do Fórum Lafayette.
Conforme a denúncia do Ministério Público, Viviane Brandão namorava o sobrinho do cabo quando começou a se relacionar com ele. Durante o relacionamento, a vítima engravidou e a mulher do policial descobriu a traição. Antes do nascimento, a vítima se casou com outro homem, mas continuava se encontrando com o cabo. Até então não sabia quem era o pai da criança.
Viviane se separou do marido e começou a ser ameaçada pela mulher do cabo. O casal, então, armou um plano para atrair a amante e matá-la.
A mãe da vítima prestou depoimento como informante e contou que era vizinha do casal. Ela ficou sabendo por boatos, que a filha, na época com 12 anos, estava se relacionando com o cabo e que ele teria induzido Viviane a namorar com seu sobrinho para encobrir o relacionamento. O pai da vítima confirmou a relação da filha com o cabo, mas disse que ela nunca comentou suspeitar que o bebê fosse do cabo. Viviane teve mais duas filhas com o marido.
O gerente da lanchonete onde Viviane trabalhava contou que a moça reclamava por estar sendo ameaçada e no dia de seu desaparecimento ela disse que que iria encontrar com "o amor da vida dela".
Outra testemunha, que trabalhava na clínica de emagrecimento onde a mulher do policial fazia tratamento, contou que no dia em que Viviane desapareceu a mulher estave na clínica para uma consulta. O horário foi antecipado, o que seria um procedimento comum, mas nesse dia ela foi ao local acompanhada do marido e quem sempre a acompanhava era o filho.
Em sua defesa, o cabo disse que marcou sim um encontro com a vítima no dia em que ela despareceu para o meio-dia, mas ela não apareceu. A ex-mulher do militar confirmou o depoimento dele.
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