Brasil ressaltará na ONU necessidade de proteger civis em conflitos
O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, orientou nesta quarta-feira a embaixadora Maria Luiza Viotti, que chefia a delegação brasileira no Conselho de Segurança da ONU, a levantar a discussão sobre a necessidade de a comunidade internacional assumir a responsabilidade de proteger os civis.
A discussão ocorre três semanas depois da morte do ex-ditador líbio, Muammar Gaddafi, que ficou 42 anos no poder.
Os assuntos que devem dominar os debates em Nova York são a missão militar estrangeira na Líbia e a hipótese de intervenção na Síria. Para o governo brasileiro, as ações internacionais devem, sobretudo, considerar como prioridade a proteção dos civis, sem ameaças nem riscos.
A presidente Dilma Rousseff e Patriota foram contrários à ação militar na Líbia, assim como rejeitam a alternativa de intervenção externa na Síria.
No que se refere à Líbia, o grupo de países liderado pelos Estados Unidos elogia a atuação da Otan, a aliança militar do Ocidente. Para países como a Rússia e a China, porém, há dúvida se os civis foram protegidos pelos militares estrangeiros ou viraram pretexto para o ataque aos partidários de Gaddafi.
Em relação à Síria, o ditador Bashar Assad recebeu uma série de advertências internacionais para que buscasse o diálogo e abandonasse a violência e a repressão a opositores. Ainda assim, a ONU informou que o número de civis mortos nos confrontos segue crescendo e já há registros de cerca de 3.500 mortes.
Até o fim deste mês, Portugal está na presidência do Conselho de Segurança. O presidente português, Aníbal Cavaco Silva, comandará a sessão de debates.
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