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Terça - 08 de Novembro de 2011 às 14:15
Por: Vinícius Tavares

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A bancada federal mato-grossense se articula nos bastidores para manter Milton  Fiorenza no comando da Superintendência de Patrimônio da União (SPU) em Mato Grosso e, assim, reverter manobra do ex-deputado federal Carlos Abicalil (PT), que tenta emplacar o ex-assessor parlamentar Wilmar Schrader no cargo.

Acusado de cometer fraudes no comando de uma ONG, Schrader é investigado pela CPI das ONG’s por um desvio de R$ 13 milhões na Fundação Nacional da Saúde (Funasa). O petista comandava o Instituto Trópicos, na esfera da Funasa. Denúncias contra ele foram publicadas nos jornais Correio Braziliense e Folha de S. Paulo.

Não bastasse as graves denúncias, pesa contra Schrader o fato de o governador Silval Barbosa (PMDB) ser favorável a permanência de Fiorenza na SPU, além da própria bancada. Em ofício encaminhado à ministra do Planejamento, Miriam Belchior, o coordenador da bancada de Mato Grosso, deputado Wellington Fagundes (PR), alega que a substituição de Fiorenza seria prejudicial para o Estado em razão ds descontinuidade dos trabalhos em andamento na SPU.

"O governador Silval Barbosa defende a permanência do Milton Fiorenza, pois ele está há mais de 30 anos no cargo, tem conhecimento da quesão patrimonial em Mato Grosso e tem a confiança do governador para fazer um bom trabalho. Embora a carta de indicação tenha sido enviada à ministra Miriam Belchior, a troca ainda depende de aprovação. Mas mantemos apoio à permanência de Fiorenza no cargo", enfatiza Fagundes, em entrevista ao Olhar Direto.

A SPU terá papel fundamental em processos de desapropriação de terrenos e áreas da União para as obras da copa do mundo em Cuiabá, além de outras ações de rotina que estão em trâmita no órgão.

Entre os processos estão a doação de área para construção do hospital universitário Júlio Müller, que servirá para a ampliação da faculdade de Medicina, e as desapropriações de áreas (Vila Militar no aeroporto Marechal Rondon e de uma área do Ministério da Agricultura) para o programa de mobilidade urbana.

Segundo apurou o Olhar Direto, mais de R$ 2 bilhões estarão envolvidos nos processos para alargamentos de avenidas visando a implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) e para obras de mobilidade como urbana, como viadutos e alças.

Denúncias

Wilmar Schrader ficou conhecido, em 2008, como Faraó durante a investigação realizada pela CPI das ONG"s. De acordo com o relatório, o Instituto Trópicos era coordenado pelo ex-assessor e teria recebido R$ 13 milhões, entre 2001 e 2004, para investir em projetos de saúde indígena em Mato Grosso, mas não prestou contas dos recursos. A verba seria oriunda dos Ministérios da Saúde e do Desenvolvimento Agrário.

A Controladoria Geral da União chegou a abrir uma tomada de conta especial para investigar problemas em convênios firmados com a ONG coordenada até 2002 pelo assessor responsável pelo escritório político de Abicalil em Cuiabá. De acordo com reportagem do Correio Braziliense, publicada em fevereiro de 2008, o Instituto Trópicos não deu satisfação do que fez com parte do dinheiro recebido.






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