Médico pode ser responsabilizado por erro grave durante um parto
A Defensoria Pública companha um caso de possível erro médico, por resultar em danos irreversíveis a uma criança. A mãe do menor disse que sofreu uma queda durante a gestação e, mesmo após passar uma semana sentindo dores, o médico optou por realizar parto normal. Como ele não teve sucesso, optou pelo uso do fórceps, o que acabou causando hematomas na gestante e deformou o crânio da criança atingindo o cerebelo (hematoma subdural).
Atualmente a criança está com 5 anos e não pode se locomover, não fala, tem graves problemas respiratórios, e vai ser totalmente dependente para o resto da vida, informou a Defensoria Pública.
Após acompanhar e analisar a situação do filho, a mãe decidiu recorrer à justiça, pois ela diz acreditar que se tivesse tido o pleno acompanhamento médico quando caiu, durante a gestação, a situação poderia ter sido evitada. “Ele (médico) não monitorou meu filho e não podia ter feito [uso do] fórceps”, reclama indignada a jovem identificada apenas como T.C.L., 29 anos.
O defensor público, Rogério Borges Freitas, está cuidando do caso e tem juntado provas e informações para responsabilizar o médico pelo acontecido, além de pedir indenização para garantir o suporte ao tratamento necessário à sobrevivência digna da criança.
De acordo com a assessoria da Defensoria Pública, informações não oficiais, relatadas por outro médico, dão conta que o obstetra que fez o parto de T.C.L. já tem histórico negativo em outros partos.
Corporativismo
Uma das dificuldades encontradas pela Defensoria Pública, neste caso, tem sido obter laudos que confirmem o erro e a imperícia praticada. “Os médicos procurados atestam a negligência, mas não querem assinar nada, para não se indispor com a classe”, afirma Borges.
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