Ministro do Trabalho enfrenta divergências internas
Pressionado por Planalto, Lupi tenta sobrevida no PDT
Enquanto é cobrado pelo Palácio do Planalto sobre as denúncias na pasta do Trabalho, o ministro Carlos Lupi tenta demonstrar que tem apoio da bancada do PDT na Câmara para ganhar uma sobrevida no cargo pelo menos até janeiro.
Além do ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral), a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, cobrou explicações de Lupi no domingo. Desde o dia 26, o iG tem publicado reportagens mostrando irregularidades em convênios com ONGs na pasta.
Nesta segunda-feira, o caso de Lupi foi discutido na reunião de coordenação de governo. A presidenta Dilma Rousseff voltou a demonstrar irritação com o ministro do Trabalho. Ela esperava trocá-lo em janeiro. Agora, já avalia ter de substituí-lo se houver novas denúncias.
A irritação com Lupi é antiga. Começou quando ele publicou portaria obrigando empresas a implementar o uso de ponto eletrônico para registro da jornada de trabalho. A medida provocou reação de empresários, que procuraram o Planalto e o Congresso para reclamar.
A situação piorou quando chegou ao Planalto a informação de que assessores de Lupi estavam causando dificuldades para aprovar prestação de contas de ONGs no Trabalho. Parte das recentes denúncias já era esperada pelo núcleo entorno da presidenta.
Reunião da bancada
Apesar das divergências no PDT, Lupi ainda detém o apoio da maioria dos integrantes da bancada do partido na Câmara. Segundo o iG apurou, dos 26 deputados 18 devem ficar ao lado de Lupi, que é também presidente nacional licenciado do partido. Se conseguir ficar no ministério até janeiro, ele deve pedir demissão da pasta para retomar suas funções plenas como presidente da legenda.
Dentro do PDT, o maior adversário do ministro do Trabalho é o deputado Brizola Neto (PDT-RJ). Ontem à noite, ele protestou contra o horário da reunião e chamou o líder da bancada, Giovanni Queiróz, de "moleque de recados". A reportagem apurou que o pedido do líder para investigar Lupi foi combinado entre Queiróz e o ministro.
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