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Segunda - 07 de Novembro de 2011 às 16:11

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O jornal Financial Times afirma, em um artigo publicado na terça-feira, que o grupo japonês Kirin está pagando um valor exagerado pela Schincariol. "As companhias japonesas como a Kirin podem ser inteligentes ao comprarem companhias no exterior enquanto os custos dos empréstimos estão baixos (no país) e o iene está valorizado, mas isso não quer dizer que elas deveriam assinar cheques em branco", diz o jornal inglês.

As ações da AmBev são negociadas por 10 vezes a sua geração de caixa em 2010, medida pelo Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização).

Tamando por base os R$ 4 bilhões pagos pela Kirin aos sócios da Schincariol, a empresa foi avaliada em 16 vezes o seu Ebitda, um múltiplo muito alto até mesmo para os padrões das transações no setor de cerveja nos mercados emergentes.

Há uma lógica por trás da decisão da Kirin de comprar a cervejeira brasileira Schincariol, diz o Financial Times. A Kirin obtém mais de 40% de sua receita com a venda de bebidas alcoólicas, em grande parte de cerveja, no Japão. A empresa precisa encontrar alternativas ao envelhecido mercado japonês, onde as vendas de cervejas estão caindo há mais de uma década.

O Brasil é o terceiro maior mercado de cerveja do mundo: as vendas no País crescem a uma taxa média composta de 12% ao ano nos últimos cinco anos."Quem pode culpar a Kirin por pagar um belo preço por uma chance de beber na eterna fonte da juventude comercial brasileira? Especialmente quando o iene está tão forte", escreve o Financial Times.

Mas, se olhada mais de perto, essa lógica torna-se frágil. Até agora, a Kirin concentrou todas as suas ambições fora do Japão em mercados na região da Ásia do Pacífico. Ela não possui outro ativo significativo na América Latina e não sugeriu que a aquisição da Schincariol é o primeiro de futuros movimentos na região. Portanto, não haverá sinergias substanciais.

Quanto ao iene, a moeda japonesa de fato se fortaleceu em relação a muitas moedas, mas vem se mantendo nivelada com o ascendente real brasileiro nos últimos dois anos.

E mais. A Schincariol também é comparável à AmBev, o maior concorrente no Brasil. A participação de 70% de mercado da AmBev transforma os 15% da Schincariol em uma anã. Controlada pela Anheuser-Busch InBev, a AmBev apresentou uma margem operacional de 40% em 2010, enquanto a Schincariol operou com 4% de margem.





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