Na decisão, o juiz de plantão José Márcio da Silveira e Silva intima o comandante da Polícia Militar a assegurar a continuidade das obras de todas as propriedades e, caso necessário, remover pessoas e obstáculos que impeçam a atividade.
Segundo o juiz, os manifestantes estão proibidos de “invadir, destruir, ocupar, embaraçar o uso de outras propriedades”. A reivindicação da área deve ser feita pelos meios adequados, segundo o juiz. Ainda de acordo com a decisão, a Polícia Militar "poderá remover pessoas, obstáculos, impedir toda e qualquer atividade que viole o direito de uso e gozo das propriedades."
O major Adriano Meirelles, da Polícia Militar, informou que ainda não foi comunicado sobre a decisão da Justiça. “Mantemos o efetivo suficiente para evitar qualquer tipo de confronto na região”, explicou. Ele ainda afirmou que aguarda a ordem judicial e a ordem do comando. Nesta manhã, dois carros da polícia permaneciam no local.
![Justiça decide que construtoras podem continuar obras no Setor Noroeste, em Brasília (Foto: Vianey Bentes/TV Globo) Justiça decide que construtoras podem continuar obras no Setor Noroeste, em Brasília (Foto: Vianey Bentes/TV Globo)](http://s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2011/11/07/obrasnoroeste-620x465.jpg)
Justiça Federal do DF decide que construtoras podem continuar obras no Setor Noroeste, em Brasília, desde que respeitados os 4,1815 hectares onde há ocupação indígena. (Foto: Vianey Bentes/TV Globo)
O advogado das empreiteiras, Nader Franco, informou que a polícia foi comunicada sobre a decisão ainda na noite deste domingo (6) por telefone e que por volta das 13h desta segunda o documento será entregue pessoalmente à Polícia Militar.
De acordo com a assessoria da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do DF (Ademi), a obra em um dos terrenos segue normalmente. Em outras duas áreas, as construtoras estão avaliando os prejuízos para retomar os trabalhos.
Confrontos
No fim de semana, ambientalistas e indígenas entraram em confronto com seguranças. Eles derrubaram as cercas do terreno para evitar que as obras continuassem no sábado (5). Um segurança da construtora foi agredido durante a confusão.
O segurança foi encaminhado à 2ª Delegacia de Polícia, na Asa Norte, para prestar depoimento e depois ao Instituto Médico Legal (IML), onde fez exame de corpo delito. No domingo (6), a Polícia Militar permaneceu na região para evitar novos confrontos. O advogado da construtora informou que entrou com um pedido de reintegração de posse e intervenção na área.
Ambientalistas também entraram em confronto com policiais militares na última quinta-feira (3). A Central Integrada de Atendimento e Despacho da Polícia Militar (Ciade) informou que 14 manifestantes foram detidos por desobediência. Eles foram conduzidos à 2ª Delegacia de Polícia, na Asa Norte.
Disputa judicial
Os índios e as construtoras disputam a posse de uma área no Setor Noroeste, uma das mais valorizadas do Distrito Federal, onde o metro quadrado construído, vendido na planta, supera R$ 10 mil. Os índios reivindicam uma área de 50 hectares no Noroeste.
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