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Internacional
Domingo - 06 de Novembro de 2011 às 23:33

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A capital econômica da República do Congo, a cidade portuária de Point-Noire, vive uma paranóia pela prática do tráfico de esqueletos humanos, que podem chegar a custar mais de US$ 40 mil. O negócio ilícito levou muitas famílias do país a abrirem mão de seus rituais funerários tradicionais. O ácido nítrico é usado nos corpos para acelerar a decomposição da carne.

O motivo dessa prática é a antiga crença de que os ossos, ao entrarem em contato com certas substâncias, produzem bebidas milagrosas, que garantem uma vida bem-sucedida. Esses sedutores efeitos motivaram o surgimento de uma rede criminosa no país e atraem de comerciantes a políticos, um fenômeno que a Justiça e as Forças de Segurança locais encontram dificuldades de combater.

Um dos últimos episódios aconteceu no final de agosto, quando vários agentes da polícia prenderam duas pessoas envolvidas na venda do corpo de um jovem de 26 anos cujo tio não podia custear um enterro digno, o que o levou a oferecer o seu corpo. A detenção desses dois homens aconteceu graças à denúncia de um ex-funcionário do necrotério local, que se recusou a fazer parte da venda do corpo.

Várias testemunhas entrevistadas pela imprensa do país afirmaram que um morto pode valer entre US$ 31 mil e 42 mil. Por este motivo, existe em Point-Noire uma rede criminosa que exuma e rouba corpos dos cemitérios locais logo após os enterros. Em setembro, a imprensa voltou a publicar notícias sobre a prisão de vários criminosos que traficavam esqueletos.

Além disso, um caso que alarmou o país foi uma série de assassinatos nos quais os corpos apresentavam diversas mutilações, o que faz juz à fama de Point-Noire ser um destino turístico para transplante de órgãos.

Christian Mounzeo, presidente da ONG Junta para a Paz e os Direitos Humanos, acredita que as autoridades do país não levam a sério esses fatos e as critica por sua falta de empenho em frear esse fenômeno. "Essas histórias de pessoas desaparecidas e comércio de corpos em Point-Noire são conhecidas há muito tempo. Por que não elaboraram uma lei sobre isso e condenaram os culpados?", pede o ativista, que suspeita que vários membros da elite econômica congolesa estão envolvidos com o lucrativo negócio.





Fonte: EFE

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