O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, assegurou no sábado (05) que o desaparecido chefe máximo da Farc, conhecido como "Alfonso Cano", perdeu a oportunidade de fazer a paz com ele, mas perdeu a oportunidade de construir o país". Santos fez a declaração ao país por rede de rádio e de televisão, de Popayán, a capital da região na qual o chefe insurgente foi morto.
O governante acrescentou que Guillermo León Sáenz, verdadeiro nome do insurgente, dedicou a vida à violência e a atacar a seus compatriotas, e "morreu desesperado". "Hoje estamos derrotando o dogmatismo, o extremismo político e isolado da realidade de um país que está mudando, que não quer saber mais de violência, que não quer saber mais das Farc", continuou Santos.
O presidente disse que o golpe da sexta-feira à noite contra "Cano" foi certeiro, não será o único e também não levará o Governo e as Forças Armadas ao triunfalismo. "Sua queda (a de "Cano") é sem dúvida alguma o golpe mais importante dado na história desta luta contra esse grupo subversivo", reiterou o presidente, que falou acompanhado do ministro da Defesa, Juan Carlos Pinzón, e rodeado dos altos comandantes das forças de segurança.
É uma baixa atingida com "uma operação impecável (...) baseada em um longo e preciso trabalho de inteligência", é um golpe que resultou de uma estratégia de muito tempo que só em 2010 deixou mais de 350 rebeldes mortos, cerca de 1.500 capturados e mais 1.300 desmobilizados, disse depois.
Santos lembrou que antes de "Cano" caíram em operações similares "Raúl Reyes", conhecido como o segundo no comando e porta-voz internacional das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), em março de 2008, e "Mono Jojoy", apelido do chefe militar da organização, em setembro de 2010. Com "Jojoy" se derrotou a intransigência militar desta guerrilha e com "Cano" se venceu sua intransigência política, continuou o governante.
Na alocução, Santos reiterou seu apelo às Farc para que sigam o exemplo do grupo terrorista ETA, que há pouco tempo anunciou que deixava as armas. "As Farc e sua carreira absurda de violência, que já chega a quase meio século, chegaram a um ponto de quebra", sustentou o governante, apontando que "a cúpula das Farc vai caindo como um castelo de cartas".
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