Mais de um milhão de tremores de intensidades diversas são registrados por ano no mundo, afirma a pesquisa, publicada nesta sexta-feira na revista científica britânica Lancet.
Além das mortes imediatas, as vítimas dos tremores incluem indivíduos seriamente feridos - especialmente crianças - que não podem receber tratamento por causa da destruição da infraestrutura.
No terremoto do Haiti, por exemplo, 53% dos pacientes tratados após o tremor nas proximidades de Porto Príncipe tinham menos de 20 anos de idade. Cerca de 25% tinham menos de cinco anos.
Na última década, os terremotos causaram mais de 780 mil mortes no mundo - o equivalente a 60% do total causado por desastres naturais, concluiu o estudo coordenado pela Iniciativa Humanitária da Universidade de Harvard, em Boston.
Outros desastres, como enchentes e furacões, tipicamente causam mortes por afogamento, mas poucos feridos, afirmaram os pesquisadores.
No caso dos terremotos, a estimativa é de que, para cada pessoa morta no desastre, três escapam com ferimentos.
Além disso, muitas das grandes metrópoles do mundo estão localizadas sobre falhas geológicas propensas a sofrer com este tipo de fenômenos, como Tóquio, Los Angeles, Nova York, Nova Déli e Xangai.
"Como os terremotos normalmente afetam áreas urbanas populosas com pouca infraestrutura, normalmente resultam em altas taxas de mortalidade com muitos ferimentos por trauma", explicou a coordenadora da pesquisa, Susan Bartel.
Após o evento, também é comum uma onda de depressão que chega a atingir até 72% da população do país onde o desastre ocorreu.
Depois do terremoto de 1999 na Turquia, estima-se que 17% da população podia ser diagnosticada com tendências suicidas.
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