Senador já manifestara ao governador Silval interesse em aderir à legenda, após deixar o PPS
Cúpula do PR já admite perda de Maggi para o PMDB
A cúpula do PR de Mato Grosso prefere manter cautela a respeito da possibilidade de o senador Blairo Maggi sair do partido para ingressar no PMDB. Conforme o presidente do diretório estadual, deputado federal Wellington Fagundes, este é um assunto pessoal de Maggi e que vai ser discutido com o PMDB nacional.
"O senador Valdir Raupp tem mantido conversas com o senador Blairo Maggi, para que ele se filie ao PMDB. Na próxima semana, haverá uma reunião do PMDB nacional para avaliar a questão. Essa é uma decisão que vai caber exclusivamente a ele. O PR não tem como interferir nisso", afirmou Fagundes, em entrevista ao Midianews.
O parlamentar também revelou que Maggi comentou com governador Silval Barbosa (PMDB) que deveria ter-se filiado em outro partido, após sair do PPS - partido pelo qual se elegeu governador, no primeiro mandato, em 2006.
"Ele disse ao governador que se arrepende de não ter ido para outro partido maior e que escolheria o PMDB porque tem identificação com o partido", revelou o dirigente republicano.
Por outro lado, o secretário-geral do PR, deputado Emanuel Pinheiro, não acredita que Maggi vá mudar de partido.
"É o principal líder do PR, sempre respeitado e tem bom trânsito com a cúpula nacional. Vejo toda essa movimentação mais como um desejo do PMDB, diante da liderança do Maggi no agronegócio e pela força que tem junto ao Governo Federal. Isso é democrático, mas não acredito que será concretizado", disse Pinheiro.
Pedro Taques
A estratégia do PMDB é consolidar-se como maior bancada do Senado, com a chegada de senadores que estão em outros partidos. Além de Maggi, o PMDB já sondou o senador Pedro Taques (PDT).
Para se filiar ao PMDB, Maggi tem o aval do vice-presidente da República, Michel Temer. Outro entusiasta é o senador por Amazonas, Eduardo Braga. Ambos são próximos desde o tempo em que foram filiados ao PPS e, enquanto empresário, Maggi mantém negócios naquele Estado.
Considerado uma das forças mais representativas do agronegócio no Congresso Nacional, Maggi estaria descontente com a direção do PR nacional, o que levaria a planejar uma "saída honrosa".
Isso se deve ao papel desempenhado pelo partido na crise envolvendo o Ministério dos Transportes e que culminou na saída de seu afilhado político, Luiz Antônio Pagot, da direção geral do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes).
Maggi entende que o partido não saiu em defesa da preservação do cargo e perdeu sua linha de conduta, ao se intitular independente, porém votando favoravelmente aos interesses do Palácio Planalto.
Segurança jurídica
Pela súmula do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o mandato eletivo pertence ao partido, e não ao político. Assim, a troca deve ser feita somente com a criação de um novo partido, a exemplo do PSD, ou se for comprovada justa causa, o que seria uma perseguição política partidária ao detentor do mandato.
No entanto, o PMDB nacional já tem consultado diversos juristas renomados a respeito da possibilidade de Maggi não vir a perder o mandato, trocando de partido. "Há casos e casos e acredito que não haverá problemas neste sentido", informou uma fonte.
Comentários