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Agronegócios
Quinta - 03 de Novembro de 2011 às 16:47

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Embora o plantio de milho de 2ª safra comece apenas em meados de janeiro, os agricultores de Mato Grosso estão com quase tudo pronto para aumentar, mais uma vez, o plantio do cereal do segundo ciclo da temporada. A conclusão do plantio de soja na safra de verão dentro da janela ideal de clima e o uso de sementes precoces estão garantindo condições para que o estado cultive, em 2012, uma safra de quase nove milhões de toneladas de milho safrinha, 27% maior que na última safra. A preocupação agora é com a quantidade de semente disponível em estoque.

Levantamento do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) divulgado nesta semana projeta aumento de 14% na área do milho no inverno, ou seja, aproximadamente 2 milhões de hectares para a safra 2011/2012, em comparação com uma área de 1,75 milhões na safra passada. O Paraná, segundo maior produtor do cereal na safrinha, vem colhendo 6,1 milhões de toneladas na estação.

A empolgação provoca falta de semente em Mato Grosso, atesta Jaime Binsfeld, diretor comercial da Fiagril, uma das maiores empresas de venda de insumos do Médio-Norte mato-grossense, região que concentra 45% da produção estadual de milho e 30% da de soja. Sidnei Manso, um dos coordenadores da equipe de vendas, acredita que 60% da área do Médio-Norte será ocupada por sementes de alta tecnologia e 40% de menor valor e menos produtivas. “As empresas estão vendendo todos os seus estoques. Híbridos de ponta vão faltar no mercado”, avalia.

O agricultor Ciro Ida, de Lucas do Rio Verde, mostra-se receoso com a entrega de sementes compradas para a segunda safra de milho. Ele diz ter investido na compra de variedades que têm tecnologia de ponta. “Soube que alguns colegas produtores tiveram o dinheiro da semente devolvido, mesmo depois de pagar à vista pela mercadoria. A empresa que eu comprei me garantiu que não vai ter problema para intregar. Vamos ver.”

Gargalo - A capacidade de armazenamento e a logística de Mato Grosso, no entanto, acendem o sinal amarelo. “Neste ano, enfrentamos atraso com a safra e ainda temos muito milho para embarcar. Se trabalharmos com um número de 10 milhões de toneladas para a safrinha, penso que teremos problemas, pois o consumo não deve passar de 2,5 milhões (t). Isso significa que podemos ter um excedente de 7,5 milhões (t)”, analisa Binsfeld.

Principal exportador de milho do Brasil, Mato Grosso tem assumido parcela cada vez maior no mercado internacional. De janeiro a setembro deste ano deste ano, enviou 15% mais milho para o exteriro do que durante todo o ano passado. Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) revelam que os mato-grossenses já embarcaram 4,24 milhões de toneladas de milho, contra 3,62 milhões registrados no mesmo período de 2010.

E é justamente esse apetite internacional crescente que mantém as expectativas positivas dos produtores brasileiros. Eles acreditam na firmeza dos preços do cereal que, por enquanto, estão se segurando perto dos R$ 20 por saca (quilos) no Mato Grosso.






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