Embrapa aponta cultivares de soja adaptadas à região gaúcha de Campanha
O último levantamento da safra brasileira de grãos, realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), estima uma produção de soja que chegará aos 75,32 milhões de toneladas, mostrando um aumento de 6,64 milhões de toneladas (9,7% maior) com relação ao volume produzido na safra 2009/10, quando foram colhidas 68,69 milhões de toneladas de soja. O Rio Grande do Sul, um dos maiores produtores brasileiros de soja, tem a Campanha, localizada na metade sul do Estado, uma importante região de produção.
A necessidade de diversificar o sistema produtivo tradicional tornou a soja um componente importante no sistema agrícola das terras baixas da região da Campanha. Para isso, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, aposta em cultivares de soja adaptadas àquela região. São elas a BRS Pampa RR, BRS Taura RR, BRS 246 RR e BRS Estância RR, que têm entre os meses de outubro e dezembro a época para o plantio. Segundo Francisco Tenório Falcão Pereira, pesquisador do Escritório de Negócios de Passo Fundo da Embrapa Transferência de Tecnologia, “todas essas cultivares têm excelente desempenho e podem contribuir em muito com a região”.
As principais características dessas cultivares são:
BRS Pampa RR – cultivar geneticamente modificada para resistência ao herbicida glifosato. Com ciclo semitardio e grupo de maturidade 7.6, é uma cultivar de crescimento determinado, que apresenta resistência ao acamamento e bom crescimento e desenvolvimento em semeadura antecipada. É resistente à pústula bacteriana, cancro da haste, mancha “olho-de-rã” e moderadamente resistente ao oídio, podridão parda da haste, podridão radicular de fitóftora. e pústula bacteriana.
BRS Taura RR – cultivar de ciclo médio e grupo de maturidade 7.3, desenvolvida a partir da cultivar BRS 154, que foi amplamente área cultivadauma das mais plantadas no RS por e que tem boa aceitação pelos agricultores devido a sua ampla adaptação, elevada produtividade e boa resistência a doenças. Além de possuir muitas das qualidades da BRS 154, a BRS Taura RR tem acrescida à sua característica a tolerância ao glifosato,a resistência à podridão radicular de fitóftora em condições de campo e a moderada resistência ao nematóide de galhas Meloidogyne javanica. É ainda resistente ao cancro da haste, à podridão parda da haste, à mancha “olho-de-rã”, à pústula bacteriana e é moderadamente resistente ao oídio.
BRS 246 RR - Possui ciclo médio e grupo de maturidade 7.2. É resistente ao cancro da haste, à mancha “olho de rã”, à podridão parda da haste e a pústula bacteriana. Tem ciclo médio, resistência ao acamamento e boa sanidade radicular.
BRS Estância RR - É a cultivar de soja mais precoce já lançada pela Embrapa com menor grupo de maturidade (6.1). Apresenta como principais características a precocidade, produtividade e sanidade, com resistência ao acamamento, múltiplas resistências a doenças e boa capacidade produtiva. É resistente ao cancro da haste, manha “olho-de-rã”, mosaico comum, podridão radicular de fitóftora, pústula bacteriana e vírus da necrose da haste. É ainda moderadamente resistente a podridão parda da haste.
No Brasil, a soja foi introduzida a partir da Bahia, em 1882. No entanto, a cultura se consolidou no Sul do País, onde encontrou efetivas condições para se desenvolver e expandir, dadas as semelhanças climáticas do ecossistema de origem (sul dos Estados Unidos) dos materiais genéticos existentes no País, com as condições climáticas predominantes no extremo sul do Brasil. Foram também os agricultores da região no Sul do Brasil os pioneiros na adoção do plantio da soja transgênica resistente ao herbicida Roundup Ready (RR).
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