O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou, por volta das 15h30 desta terça-feira, o Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Ele passou a noite na instituição após enfrentar a primeira sessão de quimioterapia contra um câncer diagnosticado na laringe.
Segundo o coordenador da equipe médica de Lula, o cardiologista Roberto Kalil Filho, Lula passou na manhã de hoje por um exame chamado PET Scan, para verificar se havia algum tipo de metástase. O resultado, imediato, não mostrou nenhuma alteração no diagnóstico anterior, de que o câncer se restringiu à laringe.
Após a primeira sessão de quimioterapia, segundo Kalil, Lula não teve nenhum efeito colateral, como enjoos. De acordo com o cardiologista, a sessão transcorreu normalmente e o quadro clínico do ex-presidente era bastante estável.
Lula voltava para seu apartamento em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. De acordo com a equipe médica, o ex-presidente usará por cinco dias uma bolsa pendurada na altura da cintura que injetará em seu organismo, a intervalos programados, uma infusão de medicamentos. Ainda segundo os médicos, Lula não deve retornar ao hospital até a próxima sessão de quimioterapia, daqui a 20 dias.
Visitas e votos de melhoras
No fim da tarde de ontem, ele recebeu a visita da presidente Dilma Rousseff, que deixou o encontro otimista sobre o estado de saúde de seu antecessor. "Encontrei ele muito bem. O presidente tem um organismo muito forte", disse. Segundo ela, os dois pouco conversaram sobre o tratamento, porque Lula parecia mais interessado em discutir o G20 (grupo das 20 principais economias do mundo) e outros assuntos.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB), o vice-presidente da República, Michel Temer, e diversos líderes políticos de países latinoamericanos, como Venezuela, Peru, Paraguai e Uruguai, enviaram ontem mensagens de solidariedade ao ex-presidente.
O instituto Cidadania, que reúne o legado de Lula, informou também que o embaixador do Brasil no Vaticano transmitiu a mensagem de que o papa Bento XVI estava preocupado com a saúde do político brasileiro e iria rezar por sua recuperação.
O câncer de Lula
Após queixa de dores de garganta, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizou uma série de exames na noite de 28 de outubro. Na manhã do dia seguinte, foi divulgado boletim médico do Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo, informando que foi diagnosticado um tumor maligno na laringe, que seria inicialmente tratado por quimioterapia.
O câncer na região da laringe é mais comum entre homens e o de maior incidência na região da cabeça e pescoço. Os principais fatores que potencializam a doença são o tabagismo e o consumo de álcool. Já os sintomas são: dor de garganta, rouquidão, dificuldade de engolir, sensação de "caroço" na garganta e falta de ar.
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