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Deliberação do Consepe estabelece que 50% das vagas da UFMT irão para estudantes de escolas públicas
UFMT reserva vagas
A UFMT aprovou o sistema de reserva de 50% de suas vagas para estudantes de escolas públicas. Dessa porcentagem, 40% serão destinadas a estudantes negros e os outros 60% não terão diferenciação de raça. A deliberação, que vale por dez anos, ocorreu ontem, após cerca de cinco horas de discussão do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe).
Além dos representantes de institutos e faculdades, dos discentes e da administração, estiveram presentes na reunião militantes de movimentos pela igualdade racial.
Segundo um integrante do Movimento de Inteligência Negra, contou que os negros sofrem discriminação e dificuldades em diversos momentos. Referindo-se à Universidade, disse que em cursos como direito e medicina, os alunos negros têm pouco ou nenhum espaço. Argumentos como esse também deram a base para a discussão de ontem.
Na reunião também houve posições contrárias, como a do Instituto de Linguagens. O Instituto se posicionou contra a reserva de vagas, mas favorável às políticas afirmativas, sob o argumento de que cotas são formas de discriminação e que problemas estruturais na educação básica não são e nem devem ser responsabilidade da UFMT.
A discussão atual sobre as cotas na verdade retornou com força trazendo a decisão de ontem justamente por conta das sobrevagas, ou seja, vagas adicionais aprovadas em 2003 por resolução. Essas vagas deveriam ser “compostas e preenchidas conforme a classificação obtida pelos vestibulandos negros pobres, brancos pobres e indígenas”. Em março deste ano, o Ministério Público Federal fez a recomendação de que a Universidade implantasse de fato o sistema, porque na prática ele não estava ocorrendo.
De acordo com o professor Naldson Ramos, representante do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da UFMT no Consepe, os cursos estavam abrindo poucas vagas para esses grupos, havendo reservas apenas para indígenas.
Com a definição de ontem, os candidatos poderão escolher, durante a inscrição para o Exame Nacional de Ensino Médio, se querem concorrer pelas cotas ou não. Apenas uma categoria de concorrência poderá ser escolhida.
De acordo com o professor negro Paulo Jorge, que foi relator do Consepe em 2003, a reunião de ontem já não era mais para discutir a necessidade das ações afirmativas que, há oito anos, já haviam sido definidas como necessárias. Ele defendeu mais uma vez as cotas, exemplificando que 30% das candidaturas do país estão reservadas a mulheres. “Se não acontecer desse jeito, não vai”, disse ele.
A reitora Maria Lúcia Cavalli Neder, presidente do Consepe, reforçou que a Universidade deve tomar lado nas questões sociais. Ela questionou que igualdade social existe entre classes sociais tão desiguais e falou ainda que a UFMT é uma das poucas que não tinham políticas para egressos de escolas pública e cotas raciais.
Para a pró-reitora de ensino de graduação, Myriam Thereza de Moura Serra, a decisão de ontem foi ótima. “Acho que atendeu a expectativa da maioria”, disse. Ela reforçou também que ontem havia uma proposta inicial, que foi levada pelo Instituto de Educação, e que com o debate foi se modificando em conjunto.
Apesar de aprovada a reserva de vagas para 50% dos estudantes egressos de escolas públicas, ainda está mantida a resolução 110/2003, que trata das sobrevagas. Ela deve ser rediscutida este mês ou no próximo.
Além dos representantes de institutos e faculdades, dos discentes e da administração, estiveram presentes na reunião militantes de movimentos pela igualdade racial.
Segundo um integrante do Movimento de Inteligência Negra, contou que os negros sofrem discriminação e dificuldades em diversos momentos. Referindo-se à Universidade, disse que em cursos como direito e medicina, os alunos negros têm pouco ou nenhum espaço. Argumentos como esse também deram a base para a discussão de ontem.
Na reunião também houve posições contrárias, como a do Instituto de Linguagens. O Instituto se posicionou contra a reserva de vagas, mas favorável às políticas afirmativas, sob o argumento de que cotas são formas de discriminação e que problemas estruturais na educação básica não são e nem devem ser responsabilidade da UFMT.
A discussão atual sobre as cotas na verdade retornou com força trazendo a decisão de ontem justamente por conta das sobrevagas, ou seja, vagas adicionais aprovadas em 2003 por resolução. Essas vagas deveriam ser “compostas e preenchidas conforme a classificação obtida pelos vestibulandos negros pobres, brancos pobres e indígenas”. Em março deste ano, o Ministério Público Federal fez a recomendação de que a Universidade implantasse de fato o sistema, porque na prática ele não estava ocorrendo.
De acordo com o professor Naldson Ramos, representante do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da UFMT no Consepe, os cursos estavam abrindo poucas vagas para esses grupos, havendo reservas apenas para indígenas.
Com a definição de ontem, os candidatos poderão escolher, durante a inscrição para o Exame Nacional de Ensino Médio, se querem concorrer pelas cotas ou não. Apenas uma categoria de concorrência poderá ser escolhida.
De acordo com o professor negro Paulo Jorge, que foi relator do Consepe em 2003, a reunião de ontem já não era mais para discutir a necessidade das ações afirmativas que, há oito anos, já haviam sido definidas como necessárias. Ele defendeu mais uma vez as cotas, exemplificando que 30% das candidaturas do país estão reservadas a mulheres. “Se não acontecer desse jeito, não vai”, disse ele.
A reitora Maria Lúcia Cavalli Neder, presidente do Consepe, reforçou que a Universidade deve tomar lado nas questões sociais. Ela questionou que igualdade social existe entre classes sociais tão desiguais e falou ainda que a UFMT é uma das poucas que não tinham políticas para egressos de escolas pública e cotas raciais.
Para a pró-reitora de ensino de graduação, Myriam Thereza de Moura Serra, a decisão de ontem foi ótima. “Acho que atendeu a expectativa da maioria”, disse. Ela reforçou também que ontem havia uma proposta inicial, que foi levada pelo Instituto de Educação, e que com o debate foi se modificando em conjunto.
Apesar de aprovada a reserva de vagas para 50% dos estudantes egressos de escolas públicas, ainda está mantida a resolução 110/2003, que trata das sobrevagas. Ela deve ser rediscutida este mês ou no próximo.
Fonte:
Do DC
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/70611/visualizar/
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