Câncer de pulmão: tomografia oferece mais precisão diagnóstica
“A tomografia computadorizada (TC) é um exame preciso e bastante eficiente na detecção e acompanhamento do câncer pulmonar. O exame possibilita uma visão em lâminas milimétricas de todo o pulmão, permitindo detectar e medir as dimensões de um nódulo, sua posição e relação com as demais estruturas ao redor. A TC também pode ser utilizada, quando indicado, como alternativa para guiar biópsias de lesões pulmonares, que auxiliam a fazer o diagnóstico de tumores ainda em estágio inicial, aumentando as chances de cura”, diz o médico radiologista de tórax Moacir Moreno Junior, do Centro de Diagnósticos Brasil (CDB), em São Paulo.
Na opinião do especialista, que costuma analisar imagens diagnósticas de mais de mil pacientes ao ano com suspeita de câncer pulmonar, a tomografia computadorizada deveria se tornar exame de rotina anual para fumantes e ex-fumantes, conforme sugere também a radiologista Claudia Henschke, do Weill Medical College of Cornell University, de Nova York. Um estudo conduzido pela médica norte-americana revela que o câncer pulmonar pode ser detectado bastante precocemente em 85% dos pacientes submetidos à tomografia computadorizada de baixa dosagem de radiação, possibilitando evitar mais de 80% das mortes pela doença em caso de detecção precoce.
“Mesmo quando o exame não identifica nenhum nódulo, isso não isenta o paciente de vir a desenvolver câncer pulmonar caso continue a fazer parte do grupo de alto risco. Por isso, é fundamental o controle periódico e, principalmente, a adoção de hábitos mais saudáveis, como abandonar o cigarro”, diz Moreno. É muito comum o paciente fumante deixar para consultar um médico somente na presença dos primeiros sintomas, quando a doença já está avançada. Trata-se de um erro grave, podendo comprometer as chances de sobrevida do paciente.
Tumores de localização pulmonar central podem provocar tosse, ronco e falta de ar. Os que estão instalados no ápice pulmonar podem desencadear dores nos ombros e braços. Mas, há tumores de pequenas dimensões e tipos silenciosos de câncer que não dão sinais. De acordo com o médico, esses ou estão localizados em uma região mais periférica do pulmão, ou têm dimensões tão pequenas que ainda não produzem sintomas. É justamente nessa fase inicial que as chances de cura seriam maiores se a lesão tivesse sido detectada. A quantidade de radiação administrada nesses estudos também deve ser levada em conta na decisão da realização rotineira dos exames de tomografia, e deve-se pesar o custo-benefício em cada caso, a depender de fatores de risco como idade e tabagismo pesado.
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