Widner foi um dos fundadores do grupo de skinheads conhecido como "Vinlanders", que costumava promover ações violentas.
Arrependido de suas antigas convicções, o pai de dois filhos se mudou com a família para um lugar não divulgado e tentou reconstruir sua vida, mas as tatuagens eram um enorme impecilho para o convívio social e para arranjar emprego. Sua mulher, Julie, que também era uma líder neonazista de referência, diz que chegou a temer que o marido usasse ácido na própria face em desespero.
Evolução das cirurgias que removeram as tatuagens na face de Bryon Widner (Foto: AP/Duke Tribble/cortesia da MSNBC e da Bill Brummel Productions)
Eles acabaram chegando a uma saída com uma ajuda improvável. Um grupo antirracistas que costuma divulgar o endereço de membros de gangues nazistas na internet e convocar protestos ajudou Widner a chegar ao Southern Poverty Law Center (SPLC), organização que já processou diversos grupos de supremacia branca por preconceito nos EUA.
A SPLC conseguiu uma doadora anônima para patrocinar as 25 cirurgias, feitas ao longo de 16 meses. Elas tiveram um custo total de cerca de R$ 59,2 mil. Em contrapartida, Widner aceitou dar palestras em um evento anual da organização, que reúne policiais de todo o país para discutir sobre contra-inteligência direcionada a ações de grupos skinhead.
Widner sofre de constantes enxaquecas por conta das cirurgias, mas está longe de se arrepender. "Elas são um preço pequeno a se pagar para ser um ser humano novamente", afirma.
Tatuagens nos braços de Widner ainda existem, mas podem ser cobertas por uma manga longa. As das mãos também foram removidas. Ele pretende cobrir com novas tatuagens aquelas que têm contexto político ou racista (Foto: Jae C. HongAP)
O ex-nazista é visto fazendo uma oração antes do almoço com seus familiares (Foto: Jae C. HongAP)
Comentários