Os moradores dos imóveis interditados no entorno dos três prédios que correm o risco de desabar no bairro Buritis, região oeste de Belo Horizonte, reclamam que "foram obrigados" a não deixar as casas e apartamentos por medo de saques e roubos.
Pelo menos três famílias passaram a noite nas residências já que na sexta-feira ladrões invadiram o primeiro prédio interditado e roubaram móveis, equipamentos eletrônicos e roupas.
"Quando foi decidido pela interdição da minha casa (na avenida Protásio de Oliveira Penna) e do prédio (Recanto dos Buritis) um major dos bombeiros, um representante da Defesa Civil e um comandante da PM nos deram todas as garantias que haveria policiamento durante o dia e à noite. Ontem os policiais militares que estavam aqui ficaram somente até 23h15. Antes de meia-noite foram embora. Como que a gente sai e deixa a casa para os ladrões?", reclamou o marinheiro Luiz Marques.
O Terra chegou ao local às 6h deste sábado e até às 9h nenhuma viatura ou policial apareceu. "Ontem ladrões entraram e roubaram os prédios lá em cima. Os moradores não podem entrar para tirar as coisas, ladrão pode. Eu retirei minha mulher, meus filhos, minha sogra que é doente e os levei para outro lugar. Já eu tive que dormir aqui. Dormir bem, vou te falar que não, uma hora a gente apaga, mas é muito desrespeito com a gente," disse Marques, que ainda reclamou da falta de sensibilidade de uma imobiliária da região.
"A ganância e a especulação imobiliária são tão grandes que ontem já veio um aqui perguntar se eu quero vender minha casa. Para construir prédio. O detalhe é que há um tempo ofereceram X, agora falaram X menos Y, um absurdo," concluiu.
Por telefone, a sala de operações do 5° Batalhão da PM informou que a ordem do comando é uma viatura ficar todo o tempo na região, mas que os militares de plantão iriam verificar o que havia acontecido. Por volta de 9h15 dois policiais militares estiveram no local, mas depois de dez minutos foram embora sem falar com os moradores e jornalistas.
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