Polícia Civil prende africano que aplicava o golpe do dólar preto
O africano Fawadogo Mohamed, 29, foi preso em flagrante acusado de aplicar o golpe do “dólar preto”, na cidade de Lucas do Rio Verde (354 km ao Norte), na quinta-feira (27.10), pela Polícia Judiciária Civil, depois de ‘tomar’ R$ 35 mil de uma vítima e fugir da cidade. O africano foi preso no município de Nova Mutum.
As investigações da Polícia Civil descobriram que ele procurava as vítimas, apresentava pacotes com dinheiro supostamente pintados de preto e dizia que era uma camuflagem para trazer o dinheiro ao Brasil. Para trocar por reais, oferecia uma cotação bem abaixo do mercado.
De acordo com o delegado Marcelo Martins Torhars, o africano conseguiu ludibriar um comerciante, em Lucas do Rio Verde, exigindo R$ 35 mil para revelar dólares ocultos em tinta preta, dentro de pacotes, desviado, segundo ele, de uma doação do Brasil para o Haiti. Para convencer a vítima ele simulou revelar com produto químico uma nota, verdadeira, e dizia que quanto mais dinheiro a vítima lhe desse, ela poderia receber em dobro, já que o valor das cédulas era variado.
Depois de pegar o dinheiro da vítima, o africano fugiu da cidade e foi localizado com R$ 34,800, quando chegava de táxi em Nova Mutum.
O golpista, oriundo de Burkina Faso, país da Costa do Marfin, na África Ocidental, está no Brasil há 5 anos. Ele morou em São Paulo, onde aplicou o golpe e depois veio para o Estado de Mato Grosso, passando pelas cidades de Alta Floresta, Sinop e Lucas do Rio Verde, onde conseguiu sua primeira vítima no Estado.
O africano vai responder pelo crime de estelionato. A Polícia Federal foi comunicada para acionar a Justiça Federal, que deverá analisar a deportação do estrangeiro, ao seu país de origem.
Mais golpe
Também em Lucas do Rio Verde uma quadrilha foi desarticulada depois de “esparramar” chegues pela cidade. Três golpistas de uma mesma família do Nordeste foram presos pelo crime de estelionato. Uma quarta pessoa foi identificada, mas está foragida. Ela também utiliza nome falso.
Os acusados Paulo Roberto da Silva, cujo nome verdadeiro é Paulo Roberto da Conceição, Leandro Alberto da Silva e Rogério Garcia, com uso de documentos “materialmente verdadeiros”, pois o papel é verdadeiro, mas os dados inseridos são falsos, forjaram a constituição de uma empresa e abriram contas correntes em pelo menos 4 agências bancárias de Lucas do Rio Verde e efetuaram compras com cheques pré-datados no comércio lesando diversas vítimas.
O delegado Marcelo Martins Torhars disse que a polícia ainda não sabe a real extensão do prejuízo das vítimas. Conforme o delegado, cerca de 50 cheques de valores variados foram repassados no mercado da cidade. “Eles enxotam cheques na praça, compraram objetos e quando as pessoas descobrem fogem”, disse. "Muitas vitimas ainda não sabem que sofreram o golpe", afirma.
Com os acusados, os policiais apreenderam um carimbo de cartório e os documentos supostamente falsos. A última passagem deles foi pela cidade de Jatái, Estado de Goiás, onde fez vítimas naquele estado.
O preso Leandro Alberto da Silva tem passagens pelos crimes de roubo e homicídio no Estado de Mato Grosso. “Chegamos à conclusão que com uma certidão de nascimento você pode os documentos públicos e aplicar golpes”, finalizou o delegado.
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