Mas, em meio às comemorações da carreira distinta do tenor de 70 anos, também vieram alertas de que alguém como ele poderá não ser visto novamente em um momento em que encontrar a "próxima grande estrela" pode negar aos cantores tempo para se desenvolver em um artista grandioso e genuíno.
Por exemplo, ao contrário de muitos outros membros da realeza da ópera, Domingo não tem ataques, birras, nem faz cancelamentos de última hora. Ao contrário, o homem com voz de ouro e capacidade de atuação parece ser amado tanto por seu profissionalismo quanto por sua generosidade dentro e fora dos palcos.
"Você nunca vai ouvir ninguém na indústria dizer uma palavra ruim sobre ele", comentou o fotógrafo veterano de óperas Rob Moore, que estava em Covent Garden em 1971, quando Domingo fez sua estreia lá.
A multidão enlouquecida que pagou até 225 libras (360 dólares) por um assento viu Domingo realizar os atos finais de três de suas óperas favoritas de Verdi.
Em "Otello", ele cantou o papel-título escrito para um tenor, registro que fez dele um dos mais famosos cantores de sua geração, junto com Luciano Pavarotti e José Carreras.
Domingo recentemente mudou para barítono, e executou o papel-título nas cenas finais de "Rigoletto" e "Simon Boccanegra".
Antonio Pappano, diretor musical da Royal Opera House, que conduziu Domingo, disse que a experiência foi menos estressante do que alguns poderiam esperar.
"É incrivelmente reconfortante porque ... na voz dele há história e há tempo", disse ele nos bastidores depois da performance.
Mas ele também expressou preocupações de que futuros "Domingos" podem não encontrar espaço para se desenvolver.
"Vivemos em um mundo onde todo mundo é, você sabe, ""o próximo grande artista jovem"" e ""o próximo prodígio"" e o ""próximo garoto superstar"", e agora você vê o que é uma verdadeira carreira. Ela é construída ao longo do tempo."
"Há uma grande impaciência nas carreiras. Se você tem uma bela voz lírica, sua voz pode crescer ao longo do tempo, mas se você pressioná-la cedo demais em papéis mais pesados, isso pesa na voz. Já vimos isso acontecer várias vezes", acrescentou.
Para Domingo, a Royal Opera House era em alguns aspectos "imbatível", não menos porque o público não aplaudia por muito tempo.
"Esta casa sempre foi enorme, quero dizer, o calor do público, a empresa como uma família", disse ele à Reuters e ao Evening Standard, de Londres, em uma entrevista nos bastidores.
"Acho que o público em Londres é incrível, porque você sabe que em alguns teatros talvez você tenha qualquer coisa entre meia hora e 40 minutos de aplauso", acrescentou.
"Em Londres, eu acho que o que é tão absolutamente incrível é a maneira como eles reagem e eles respeitam o artista ... 10 minutos de aplausos de Londres é equivalente a qualquer meia hora ou 40 minutos de outra casa porque é realmente como uma explosão."
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