"Ela é mais uma chance de recuperação para meu filho", diz mãe. Labradora Jade atua no projeto de Terapia Assistida por Animais (TAA).
Cadela ajuda no tratamento de crianças com autismo em MG
Criança brinca com cadela durante terapia em
Divinópolis (Foto: Reprodução/Raul Barros)
Até que ponto um animal pode transformar a vida de uma pessoa? Em Divinópolis uma cadela chamada Jade, da raça labrador, tem mudado a vida de um garoto de quatro anos. Otávio Augusto dos Santos tem autismo, uma doença que interfere no modo de relacionar com pessoas ou objetos e causa solidão. Mas há três meses uma nova terapia foi incluída no tratamento da criança e impressionou a família pelos resultados.
É através da Terapia Assistida por Animais (TAA), que a mãe de Otávio descobriu uma nova chance de recuperação para o filho. "A responsável por essa esperança é labradora Jade. Tenho certeza que meu filho mudou de comportamento por causa dela. Ela é sem dúvidas mais uma chance para ele", afirmou a mãe, Michele dos Santos.
Jade pertence ao Canil da Polícia Militar (PM) da cidade. Ela foi treinada por cerca de dois anos para ser co-terapeuta do projeto que incentiva na recuperação de crianças especiais da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae).
Cadela ajuda na recuparação de outras crianças
da Apae (Foto: Apae/Divulgação)
O trabalho com a cadela é simples, segundo a terapeuta ocupacional Glória Barros Silva. Durante a terapia, junto a um corpo clínico composto por quatro profissionais da saúde, ela estimula novas maneiras de comportamento das crianças. A terapeuta disse que a parceria com Jade tem se tornado indispensável nos trabalhos de interação com as crianças.
"A Jade estimula as crianças a fazerem tudo aquilo que nós terapeutas precisamos que elas façam. São coisas simples, mas que às vezes os meninos têm dificuldade de executar, e com a Jade isso se tornou fácil. Por exemplo, durante as brincadeiras que a cadela participa eles demonstram mais interesse e completam a atividade pelo simples fato de termos a cadela presente", relatou.
Com o pequeno Otávio o amor pela cadela não nasceu à primeira vista, a mãe contou que no primeiro dia de terapia ele estranhou o animal. "Ele achou muito estranho porque nunca teve contato com um cão. Eu não tenho espaço em casa para que ele tenha um animal de estimação. Mas já no segundo encontro ele se interessou bastante e a partir daí ela ganhou o carinho e atenção dele", ressaltou Michele.
A mãe lembra que após três sessões Otávio parecia outro. De acordo com ela, o garoto que antes se isolava e não conseguia interagir com outras crianças, agora brinca, pula e até abraça os amigos. "Isso ainda não havia acontecido, por isso sou grata à Jade e a todo corpo clínico que também atua no tratamento do meu filho", refletiu.
No vídeo, a alegria de brincar com a cadela é visível em Otávio, com orientação e sob atenção do soldado Raul Barros, que é o treinador de Jade, ele dá comandos de obediência à cadela. E cada resposta dela, significa um sorriso no rosto do garoto.
"O vídeo mostra um pouco, de como os animais podem proporcionar alegria e interação à uma criança. Fico feliz de fazer parte deste grande projeto que hoje é minha vida, e só tem trazido bons resultados", afirmou o soldado Barros.
A terapia consiste em incluir animais de estimação como ferramenta do processo terapêutico. Glória, terapeuta ocupacional, afirma que no período anterior ao início do projeto foram feitas pesquisas sobre o tema, e os resultados agradaram a equipe.
“Essa terapia é inédita em alguns lugares do Brasil, mas já é bastante utilizada em outros. Realmente os resultados com esse tratamento impressionam as pessoas, de um modo geral que estão envolvidas com os animais em tratamentos apresentam melhora no quadro clínico e se tornam mais ativas. E é esse nosso objetivo, auxiliar na recuperação das crianças ", disse.
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