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Economia
Quarta - 01 de Janeiro de 2014 às 20:57

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Principal concorrente do Brasil no agronegócio, com exportações significativas de soja, milho, açúcar, carnes e suco de laranja, os Estados Unidos estão se fortalecendo e podem trazer alguma dificuldade para as vendas externas brasileiras. A avaliação é do presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro.


 
"O dólar, perante o mundo, está se valorizando um pouco. Isso, indiretamente, poderia causar alguma dificuldade. Só que os Estados Unidos estão muito agressivos", disse. A previsão para este ano é que haja um déficit recorde do Brasil com os EUA superior a US$ 10 bilhões. Será a primeira vez na história que o déficit comercial com os Estados Unidos alcançará esse patamar, disse o presidente da AEB.


 
Ele ressaltou que se o acordo que está sendo negociado pelos Estados Unidos com a Europa na área do agronegócio for concretizado, isso afetará diretamente as exportações brasileiras, não em 2014, mas por volta de 2015 ou 2016.


 
No que diz respeito ao principal comprador de produtos do Brasil, que é a China, Castro recordou que os chineses estão passando por uma fase de ajustes em termos de mudança de estrutura, saindo da área de investimento e passando para a de consumo. Sobre a Europa, também um grande comprador do Brasil, indicou que está, "pouco a pouco", perdendo força.


 
Na América do Sul, o grande problema é a Argentina, que é o segundo maior importador brasileiro e primeiro comprador de manufaturados do Brasil. "A Argentina está passando por uma fase difícil por falta de dólares e já começou a anunciar medidas para segurar as importações", declarou.


 
A expectativa do presidente da AEB é que a taxa de câmbio vai oscilar, em 2014, entre R$ 2,30 e R$ 2,50. Disse, entretanto, que o governo fará todo o esforço para jogar a taxa de câmbio o mais baixo possível, "porque quer evitar que haja um impacto do dólar sobre a inflação".


 
Castro destacou que caso os Estados Unidos decidam diminuir ou retirar os incentivos financeiros dados pelo Federal Reserve (Fed - o banco central americano), isso terá impacto na taxa de câmbio, com a consequente valorização do dólar. Esse movimento poderá estimular as exportações brasileiras de manufaturados, que totalizam 30% da pauta exportadora do País.


 
Observou, por outro lado, que embora o Brasil vá melhorar a competitividade em função da taxa de câmbio, os mercados se mostram restritos. Dois exemplos são a Argentina e a Venezuela, que estão retendo as importações por falta de divisas, disse.




Fonte: Terra

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