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Nacional
Quarta - 26 de Outubro de 2011 às 23:51
Por: Angela Lacerda

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O inquérito da Polícia Federal que investiga a importação de lixo hospitalar pela empresa Na intimidade, de Santa Cruz do Capibaribe, a 205 quilômetros do Recife, só aguarda os laudos do Instituto de Criminalística de Pernambuco (IC) e do Instituto Nacional de Criminalística (INC) para ser concluído. "É boa a possibilidade de o importador (Altair Teixeira de Moura) ser indiciado", disse ontem, em conversa com jornalistas, o delegado regional de combate ao crime organizado da Policia Federal, Nilson Antunes da Silva.
 

O empresário pode ser indiciado pelos crimes de contrabando - importação de material proibido - e de crime ambiental - contaminação do ambiente com material biológico, no caso, lixo hospitalar. "Se o laudo apontar que o produto é usado, já caracteriza contrabando e se apontar resquícios biológicos, pode ser qualificado o crime ambiental", explicou o delegado. O produto importado era utilizado na confecção de forros de bolsos para confecções.

O secretário estadual de Defesa Social, Wilson Damázio, confirmou a existência de sangue em algumas peças examinadas pelo IC, cujos laudos deverão ser entregues hoje (27) à Polícia Federal. O material analisado pelo IC é composto por lençóis e jalecos usados, muitos com manchas, recolhidos nos galpões da importadora em Caruaru, Toritama e Santa Cruz do Capibaribe. "Mesmo os que não apresentavam sangue estavam sujos, usados", assegurou ele.

 

Amostras das 46 toneladas de lençóis apresentando manchas e com logomarcas de hospitais norte-americanos - além de cateteres, seringas e luvas usadas -apreendidos e retidos no Porto de Suape, nos dias 11 e 13, em dois contêineres embarcados no Porto de Charleston, na Carolina do Sul, ainda serão encaminhadas para análise do INC, em Brasília, além de amostras também recolhidas pela PF nos três galpões da Na Intimidade.

INVESTIGAÇÃO DOCUMENTAL

 

De acordo com o delegado, Altair Teixeira de Moura já realizou cerca de 20 importações à empresa Texport Inc desde que abriu sua empresa, em 2009. Os documentos apreendidos nas sedes da Na Intimidade estão sendo analisados para saber como ocorriam as importações anteriores, como era feito o pagamento, qual a movimentação e capacidade financeira da empresa, cujo nome fantasia é Império do Forro de Bolso. Segundo Antunes da Silva, não há, até o momento, indícios de outras empresas pernambucanas envolvidas com este tipo de importação.

A polícia federal norte-americana (FBI) atua no caso auxiliando a PF com informações da empresa exportadora, a Texport Inc. "Queremos saber o histórico dessa empresa, quem são os sócios, para quem mais ela exporta", afirmou o delegado. "Não temos acesso a essas informações e o Estado americano tem interesse nesse tipo de conduta que pode configurar crime também naquele País".

Segundo o delegado, não há motivação para pedir prisão preventiva do empresário, que está colaborando com as investigações. Além de ouvir o importador, a PF já terminou a fase de oitiva dos funcionários da empresa. "A parte testemunhal está encerrada", informou ele, que espera que o inquérito, instaurado no dia 19, seja concluído no prazo de 30 dias.






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