Janine Veloso (PR) é apontada com mentora do sequestro do filho de um fazendeiro na região
Acusada de sequestro e tráfico, vereadora é cassada

A Câmara de Vila Bela da Santíssima Trindade (521 km a Oeste de Cuiabá) decidiu pela cassação do mandato da vereadora Janine Elizabeth Francisco Veloso (PR). A sessão, que teve início às 18 horas, foi encerrada às 1h30 desta quarta-feira (26).

O resultado da votação foi de sete votos a favor da cassação.

Uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) foi instalada na Câmara de Vila Bela, para investigar os atos da parlamentar, a pedido do presidente da Câmara, Edcley Lopes Coelho (PSD).

A CPI foi conduzida pelos vereadores Orcírio Echeverria Pleutin (PT), presidente; Jones Aparecido Marques (PSD), relator, e Orlando César dos Santos, (PP), membro.

Janine Veloso é acusada de ser mentora do sequestro de Marcos Antônio Neves Francisco, 35, filho de um fazendeiro da região. Ela também já possui passagem pela Polícia por tráfico de drogas.

Relembre o caso

Marcos Antônio passou cinco dias em poder de seqüestradores, alojado em uma barraca, dentro da própria propriedade. Para libertá-lo, o grupo exigia o pagamento de R$ 300 mil.

No entanto, o Grupo de Combate ao Crime Organizado (GCCO), da Polícia Judiciária Civil (PJC), conseguiu salvar a vítima, sem que o pagamento do resgate fosse feito.

Segundo o delegado Flávio Stringueta, a vereadora era responsável por dar suporte à quadrilha. O

seqüestro iniciou no dia 24 de julho, quando um grupo de cinco pessoas armadas e encapuzadas invadiu a propriedade rural Brejo Alegre.

Não conseguindo subtrair valores dos proprietários da fazenda, os bandidos tomaram o filho do proprietário como refém.

De acordo com o GCCO, o carro da vereadora era utilizado para dar suporte ao grupo. Janine levava mantimentos até o cativeiro e todo o contato mantido com a família do rapaz era por meio de um celular da parlamentar.

Janine foi presa quando levava um pneu de uma moto para um dos seqüestradores. Em sua bolsa, foram encontradas munições e uma arma de fogo.

O companheiro de Janine, Valmir Santos da Silva, era ex-funcionário da família da vítima, bem como seus pais, também acusados de estarem envolvidos no sequestro.

Além da vereadora foram presos: Edir Cambará Silva, mãe do companheiro de Janine, Valdir José Silva, esposo de Edir, Virgilio Surubi Pedraça, José Martins Surubi e Ivaldo Rosali Surubi.

Todos os presos devem responder por extorsão mediante seqüestro, crime que pode render de 12 a 20 anos de prisão.