Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Quarta - 26 de Outubro de 2011 às 07:03

    Imprimir


O Jornalista proprietário da Agência LN Marketing e Propaganda e presidente da comissão Dividir para Crescer, Leandro Nascimento acredita que com o plebiscito que acontecerá no Estado do Pará nos próximos dias é um alerta para novamente o Norte de Mato Grosso e o Araguaia retornarem o debate da divisão do Estado. A discussão sobre a criação de um novo estado foi acalorada até 2002 quando tinha a frente do debate o também matupaense e então deputado Silval Barbosa, hoje governador do Estado.

Leandro Nascimento natural de Guarantã do Norte quando Matupá ainda era distrito daquele município, se considera matupaense de nascimento, e acredita que é à hora dos divisionistas começarem novamente a debater a divisão do Estado, por isso está encampando a ideia e pretende fazer varias audiências públicas com as lideranças do Araguaia onde reside atualmente para debater mais amplamente o assunto, nesta entrevista exclusiva para o Água Boa News ele diz da importância do debate:

 


ABN: Como está o projeto da divisão do Estado na Câmara dos deputados?

LN: Olha o projeto que pede o plebiscito para que seja ouvida a população do Norte e do Araguaia está tramitando na Câmara Federal em regime de prioritário, o atual projeto é o PDC 850/2001 de autoria do senador Mozarildo Cavalcanti que pede a criação do Estado do Araguaia, porém o primeiro projeto na casa sobre o assunto foi o PDC 55/1995 dos deputados federais Wellington Fagundes e Ricarte de Freitas.

 


ABN: Por que você acha que esse é o momento de discutir a divisão de Mato Grosso?...

 

LN: No passado acompanhamos o árduo trabalho do deputado Silval Barbosa juntamente com alguns parlamentares e a sociedade organizada, mas aquele era o inicio de tudo, porém com a quietude de todos os projetos não teve celeridade, de 2001 até agora já se passaram 10 anos e com a notícia de que o PDS 19/99 do Estado vizinho, o Pará, foi aprovado para que a população daquele estado seja ouvida sobre a criação dos Estados do Tapajós e Carajás, vemos nesta notícia a oportunidade de darmos força política ao nosso PDC 850/2001 para que ele também seja acelerado e aprovado e possamos ter a oportunidade de decidir se queremos ou não a divisão.

 


ABN: Você sempre foi a favor da divisão?

LN: Sim, o estado de Mato Grosso é dimensional, nós somos maiores que muitos países da Europa. Fica complicado para o governo atender todos os municípios com a mesma fidelidade que atende aqueles que estão mais próximos do poder, ou seja, da capital do Estado, com isso sempre fui a favor de criarmos outros Estados.

 


ABN: O que vai mudar com a criação do Araguaia?

LN: Com certeza a integração do Poder, isto é, estaríamos mais próximos dos nossos governantes e representantes. Veja só hoje para ir de Porto Alegre do Norte no Norte Araguaia a Capital do Estado (Cuiabá) leva mais de 24 horas de ônibus em estradas precárias muitas delas em condições mínimas de tráfego, com a divisão ficaríamos mais próximos e poderíamos cobrar mais. É fato que aquele que está todo dia dentro da Assembléia Legislativa ou no Palácio do governador cobrando recebe com mais rapidez que aquele que vai uma ou duas vezes no ano cobrar do governo, isso devido à distância para percorrer. Outro exemplo caótico é a nossa saúde, é muito dinheiro investido em hospitais sobre rodas (Ambulâncias) do interior para capital, quando não nos municípios mais distantes é dentro de aviões que custam muito cara para os cofres das pequenas prefeituras. Por isso é necessário dividir o Estado para que o poder se aproxime do povo e possa dar condições reais para a nossa população que hoje ainda é esquecida nos mais distantes rincões do nosso Estado. Além é claro de facilitar a fiscalização ambiental.

 


ABN: É muito alto o custo beneficio para criação de um novo Estado?

LN: É um mal necessário, teremos custo isto é fato, porém se não dividir a população continuará pagando caro por Saúde, Educação e Segurança que não existe no interior do nosso Estado, então temos que colocar na balança, o que é mais viável gastar com a criação de um novo Estado e oportunizar o desenvolvimento, do Araguaia principalmente que é mais esquecido, ou não dividir e o nosso povo continuar sendo castigado e até mesmo morrendo a míngua?

 


ABN: Araguaia e Nortão de costas um para o outro, isso não torna o PDC 850/2001 inviável?

LN: Não, pois acredito que o Araguaia e o Nortão poderão virar de frente um para o outro, pois os próprios índios que estão hoje no Parque Nacional do Xingu que fica entre as duas regiões já pediram o asfaltamento da MT 322 (antiga BR 080), com o asfaltamento desta MT será possível trafegar por ela toda a produção do Nortão, passando pela BR 163 entrando na MT 322, saindo em Confresa e seguindo para o Tocantins via BR 158, com isso as duas regiões ganharão e muito e com certeza será a maior integração que o novo Estado irá proporcionar.

 


ABN: Porém você ainda defende outra tese, qual seria?

LN: Defendo também a retirada do PDC 850/2001 voltando o PDC 55/1995 onde divide o Estado criando o Mato Grosso do Norte, e seja colocado um novo projeto na Câmara Federal pedindo a criação do Estado do Araguaia que seria do município de Alto Araguaia até Vila Rica, e ficaria entre os dois rios Xingu e Araguaia, seriam duas divisões e ficaríamos com três Estados bem estruturado e economicamente viável.

 


ABN: A nova Capital seria aonde?

LN: É cedo para falar em Capital neste momento, temos que primeiro reabrir o debate, depois do plebiscito aprovado aí sim pensar aonde seria melhor a nova Capital, tem que ser centralizada para que atenda o Nortão e o Araguaia. No caso do Estado do Araguaia na vertical teria que ser centralizado também para atender, o médio, baixo e o Norte Araguaia.

 


ABN: Quem você acredita que apóia a ideia de voltar a debater este assunto polêmico?

LN: Acredito que os parlamentares do Nortão e os parlamentares do Araguaia, pois eles são os mais interessados em ter um novo Estado, também os empresários, produtores, prefeitos, vereadores e lideranças de ambas as regiões.

 


ABN: Recentemente você disse que a comissão da divisão tem que ser técnica, por quê?

LN: Veja bem, com uma comissão técnica é possível você trazer os reais impactos de uma divisão, logo você terá as universidades, escolas, alunos e demais instituições de ensino envolvidas no processo e com isso vamos poder ir até Cuiabá e dizer que é possível dividir sem eles ficarem com o “peso” todo do novo Estado nas costas, até por que precisamos de argumentos e não de politicagem barata.

 


ABN: O Ex-Deputado Estadual Adalto de Freitas, o Daltinho disse que vai encampar o debate da divisão, como você analisa a declaração dele?

LN: Muito fraca, o Daltinho perdeu o pouco de moral que tinha no Araguaia, ele é uma pessoa que não tem lado e só quer fazer polêmica agora que está fora do poder, que não tem uma vaga na Assembléia, aí eu pergunto, por que Daltinho não nos procura e chama para conversar? Por que ele não debateu a divisão quando estava deputado? Por que só agora com interesses dúbios e políticos ele aparece na mídia dizendo que vai debater a divisão indo contra o seu próprio partido e governo. Ele está desesperado atrás de mídia, por isso sai falando um monte de abobrinha. Mas se ele chegar com humildade, e sentar para conversar estamos pronto para agregar, todos que vierem para ajudar é bem vindo, que fique bem claro, para ajudar.

 


ABN: O que você pretende fazer para mobilizar?

LN: Conto com o apoio incondicional da imprensa do Mato Grosso, conto com os amigos que temos, já liguei para algumas pessoas, prefeitos, empresários, vereadores e parlamentares e os mesmos estão de acordo e apóiam a ideia e com certeza vão sentar à mesa e até mesmo chamar a responsabilidade para si, mas para isso alguém precisa iniciar as discussões.

 


ABN: Por onde iniciar as discussões?

LN: Tem pessoas que querem que o debate comece pelo Nortão, mas especificamente em Sinop, discordo completamente, quem mais perdeu com o primeiro debate iniciado em 1995 e mais tarde em 2000 foi o Araguaia, pois aqui o povo continuou esquecido, as estradas ruins, educação de péssima qualidade, saúde não existe entre outros fatores. Então as discussões têm que iniciar pelo Araguaia, e em dezembro vamos fazer o primeiro fórum sobre a divisão do Estado em Porto Alegre do Norte, por que é hora do Araguaia começar a debater os seus próprios problemas e parar de acreditar em conversa mole de pessoas que vem de outras regiões e da capital do Estado.

 


ABN: Para finalizar o que precisa ser feito?

LN: O debate tem que acontecer para alertar e dar força política, isso que aconteceu no Pará, depois disso com certeza pressionar para que o PDC 850/2001 passe para o plenário para ser votado pelos deputados e aguardar a aprovação e o plebiscito que com certeza será aprovado pela nossa população mato-grossense que acredita na criação do Estado do Araguaia.






Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/71327/visualizar/