Ministério Público agora quer saber se dirigente lesou cofres da CBF
Polícia Federal abre mais uma investigação contra Ricardo Teixeira

O MPF (Ministério Público Federal) de São Paulo pediu a abertura de mais uma investigação contra o presidente da CBF, Ricardo Teixeira. De acordo com informações publicadas pelo jornal Lance! nesta terça-feira (25), o procurador da República Marcelo Freire quer que a PF (Polícia Federal) apure se houve golpes "de autoria da quadrilha integrada por Teixeira, em desfavor do patrimônio da CBF".

A PF já possui um inquérito aberto contra Teixeira que investiga se o dirigente cometeu crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisão. Agora, o MPF quer que a polícia apure também possíveis prejuízos aos cofres da entidade comandada há 22 anos por Ricardo Teixeira.

Segundo a reportagem do Lance!, o pedido de investigação tem por base uma representação encaminhada à Procuradoria-Geral da República pelo presidente do PRB (Partido Republicano Brasileiro), Marcos Pereira, que queria a apuração de denúncias publicadas pelo jornalista da BBC, Andrew Jennings, que acusou Ricardo Teixeira por lavagem de dinheiro utilizando uma empresa que seria de fachada, a Sanud.

A representação feita por Marcos Pereira mencionou reportagens exibidas pela TV Record desde o mês de junho deste ano, que mostraram que Ricardo Teixeira possui um patrimônio incompatível com seu salário na CBF, estimado entre R$ 70 mil e R$ 80 mil mensais.

As reportagens da Record já apresentavam as denúncias de Andrews Jennings. A Sanud possuía contratos com a ISL, que manteve os direitos de transmissão das principais competições da Fifa nos anos 1990, e declarou falência em 2001. De acordo com o jornalista da BBC, Ricardo Teixeira teria recebido propina da ISL por meio da Sanud, que tinha sede no paraíso fiscal de Liechtenstein.

No novo pedido do procurador Marcelo Freire, o MPF pede a investigação de operações de câmbio e de empréstimos da CBF para saber se elas causaram danos ao patrimônio da entidade. O irmão do dirigente, Guilherme Teixeira, também está sendo investigado e já negou ter sido procurador da Sanud.

O procurador do MPF, de acordo com o Lance!, está convencido de que a Sanud é de propriedade de Ricardo Teixeira. A empresa está registrada como sócia da R.L.J Participações, que pertence ao dirigente. Por essa razão, o foco das investigações está nas acusações de lavagem de dinheiro.

A CPI do Futebol, em 2000, havia descoberto “fortes indícios de que haja uma organização criminosa empenhada em ‘lavar’ os valores ilicitamente recebidos, por meio de uma série de delitos praticados em desfavor da CBF”.