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Economia
Terça - 25 de Outubro de 2011 às 08:00
Por: MARIANNA PERES

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A semeadura da soja, em Mato Grosso, evolui em um cenário oposto ao registrado no ano passado, quando a forte estiagem atrasava os trabalhos das plantadeiras, o que por sua vez colocava em xeque o tamanho da segunda safra e mais, a sua qualidade. Com as chuvas mais regulares nesta reta final de outubro, o que se colhe neste momento do campo é um avanço de 23,5 pontos percentuais em relação ao ritmo observado em igual período do ano passado. Mais que um indicador de uma boa safra à soja mato-grossense, esta performance revela que a área destinada ao cultivo do milho segunda safra, dentro da janela de plantio, está assegurada.

O desenvolvimento das lavouras de soja é determinante ao milho porque no Estado a mesma área é ocupada pelas duas culturas. Primeiro se plantam variedades mais precoces de soja – com ciclo de desenvolvimento mais curto – para que até fevereiro possa se semear o milho. Na medida em que a colheitadeira vai varrendo os hectares, logo atrás estão as plantadeiras alinhadas para cobrir a área com a semente do cereal. E considerando o ritmo da semeadura da soja registrado até o último dia 20, pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), 40% da área prospectada à sojicultura está semeada, o que significa dizer que a cobertura atingiu 2,71 milhões de hectares, de um total de 6,78 milhões.

Como a média histórica mostra que a segunda safra do milho costuma aproveitar 30% da área da soja, o que neste ano representaria 2,03 milhões, pode-se se dizer que salvo qualquer incidente, Mato Grosso está com área garantida à semeadura da segunda safra, já que dos 2,71 milhões cobertos com a oleaginosa até o momento, o milho irá demandar pouco mais de 2,03 milhões.

O ritmo atual do plantio no Estado supera não apenas o visto no ano passado, mas também os 31% registrados pelo Imea em igual período de 2009, quando o clima permitiu os trabalhos, sem as complicações registradas no ano passado, que fizeram o início da temporada 10/11 ser atípico. As chuvas são tão decisivas para o sojicultor que neste mês, mesmo com área 8,65% superior aos 6,24 milhões de hectares da safra 10/11, o cultivo atual consegue superar a marca daquela temporada. Na analogia com os trabalhos empregados na safra 09/10, quando 51% da área estavam plantados, há perda, mas naquele ciclo os hectares somaram somente 5,94 milhões, ou, 14,14% abaixo da área 11/12. “Com o plantio da safra 11/12 de soja avançando a cultura do milho começa a ter seu espaço definido”, aponta o Imea. Como destaca o Instituto, no ano passado o milho cobriu 37% da área inicialmente reservada à soja. Mesmo que esse percentual se repita em 2012, o milho demandaria cerca de 2,5 milhões de hectares, volume já assegurado no atual ritmo de plantio.

“Em Lucas do Rio Verde, onde o plantio de soja alcançou 68,8% da safra 11/12, a área de milho na safra 10/11 representou 54% da área de soja, revelando que a extensão que deve ser utilizada como 2ª safra já esteja toda plantada. Em Sorriso, onde o plantio de soja já alcançou 60% da safra 11/12, com a área de milho representando 37% da área de soja da safra passada, também deve haver uma boa safra de milho no próximo ano”.

AVANÇO – O plantio da soja no médio norte do Estado disparou em outubro. Conforme o Imea, a região que é a mais importante produtora de grãos do Estado – representa quase 40% do total de soja ofertado a cada safra – está 33,2 pontos percentuais (pp) a frente do observado no ano passado. Dos 2,64 milhões que deverão ser cultivados neste ano, 52,4% estão semeados. O destaque desta porção é Lucas do Rio Verde (360 quilômetros ao norte de Cuiabá) com 68,8% dos 242 mil hectares previstos, cobertos. Em seguida está a região oeste com 44,6% dos 976,71 mil hectares semeados. O município mais adiantado é Sapezal (480 quilômetros ao noroeste de Cuiabá), cuja área de 367,5 mil hectares tem 55% semeados.

GRÃOS - No levantamento da safra 05/06 pela Conab, a produtividade média mato-grossense de 46 sacas por hectares. Conforme levantamento realizado pelo Imea, nesta última safra, em 10/11, a produtividade média estadual saltou para 53 sacas, aumento de 15,21%. A cada safra há uma quantidade maior de tecnologia disponível ao produtor de soja, garantindo o ganho de produtividade.




Fonte: Do DC

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