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Nacional
Sexta - 21 de Outubro de 2011 às 16:45
Por: KATIANA PEREIRA

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As primeiras 24 horas da greve de fome, iniciada na manhã de quinta-feira (20), pelo produtor rural Clayton Arantes, 51, foram marcadas por muitas manifestações de apoio. Ele está "acampado" ao lado do Tribunal de Justiça, no Centro Político e Administrativo (CPA).

Desde a manhã de ontem, o fazendeiro tem ingerido apenas água e isotônicos. A greve de fome é um protesto contra o juiz Paulo Martini, da Comarca de Sinop (500 km ao Norte de Cuiabá). Arantes acusa o magistrado de lhe prejudicar, em uma ação pela posse de uma fazenda no município.

Ele alega que comprou o imóvel em 1998, por R$ 450 mil, mas o antigo proprietário, Adão Batista, estaria se utilizando de manobras, supostamente com a participação da Justiça, para lhe tomar a área.

Arantes contou ao MidiaNews muitas pessoas - entre amigos e desconhecidos -têm comparecido à portaria do Tribunal de Justiça, em Cuiabá, para lhe cumprimentar e encaminhar mensagens de apoio.

O protesto deve durar até a próxima quinta-feira (27), quando a ministra e corregedora-geral do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Eliana Calmon, estará em Cuiabá.

Clayton Arantes reafirmou a expectativa de que seu protesto, caso não resolva efetivamente o problema, sirva de exemplo para outras pessoas. "Eu já percebi que a greve de fome teve resultado. As pessoas estão me apoiando; os próprios funcionários do Tribunal, quando me vêem aqui, acenam, buzinam e me dizem para não desistir. Eu me emocionei quando um senhor, humilde, se aproximou e me deu duas laranjas. Ele me pediu para não desistir", disse.

O fazendeiro também recebeu apoio de várias entidades, entre elas, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato). A Ong Moral, de Cuiabá, também procurou Arantes, lhe garantindo apoio e prometendo engrossar a manifestação em frente ao TJ, na próxima semana.

O presidente da OAB, Cláudio Stábile, revelou que enviará ao Conselho Nacional de Justiça pedido para que o juiz Paulo Martini seja afastado da Comarca de Sinop.

A Famato entrou em contato com o produtor rural e vai enviar faixas manifestando o apoio à causa de Arantes.

Apoio da família

Clayton Arantes disse ao MidiaNews que o principal apoio que recebeu foi de sua própria família. As duas filhas de Arantes, ambas em idade escolar, fizeram duas campanhas para divulgar o manifesto realizado pelo pai.

As garotas usam a rede social Facebook para divulgar a greve de fome, realizada pelo pai.

Na escola, em Sinop, as adolescentes conseguiram mobilizar alunos e professores em prol da causa e passaram a discutir matérias relacionadas ao civismo e à luta pelos direitos humanos.






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