Índio é preso em julgamento por coagir testemunhas
O índio Marvel Tsowoon Xavante foi preso por policiais federais na sessão em que seria submetido a júri popular pelo assassinato do chefe do posto da Fundação Nacional do Índio (Funai) de Água Boa (730 km a leste de Cuiabá), Floriano Márcio Guimarães, há 10 anos atrás. A falta de duas testemunhas ao julgamento foi segundo, o Ministério Público Federal (MPF), motivada por ameaças do réu que acabou preso após o juiz da 5ª Vara Federal, José Pires da Cunha, acatar o pedido de prisão preventiva do MPF. A sessão de julgamento foi redesignada para o dia 16 de novembro.
Ao pedir a prisão do índio, os procuradores do MPF levaram em consideração o fato de que uma das testemunhas que faltaram, o índio Aristeu Tserene’ewe Xavante, presenciou o crime no dia 26 de setembro de 2006 e é peça chave no julgamento. Ela já havia relatado em outras ocasiões que estava sendo coagido pela cacique Marvel Tsowoon Xavante. A outra testemunha que faltou ao julgamento foi Pedro Senhu-Bru.
Conforme a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), o crime ocorreu dia 26 de setembro de 2001 qunado a vítima foi até a aldeia Tritopa, em Água Boa para fazer a demarcação das terras beneficiadas pelo projeto Padic (Programa de Apoio às Iniciativas Comunitárias). O acusado era cacique da aldeia e juntamente com outro indígena, Aristeu Tserene’ewe Xavante foram com o chefe da Funai até a cidade de Nova Nazaré (269 Km a leste da Capital) e permaneceram até a noite.
Mas ao levar Aristeu em casa, a vítima foi degolada por Marvel Tsowoon quando descia do carro. O corpo de Floriano Guimarães foi encontrado na aldeia pelo índio Ari Maraiho. Antes de morrer, Floriano tinha ressaltado que sofria ameaças. Na época, a região de Nova Nazaré era bastante disputado entre índios e brancos.
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