A Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Guia Lopes, na zona norte de São Paulo, vai responder a uma provocação de ódio de uma maneira original e educativa. O muro do colégio, na avenida Professor Celestino Bourroul, no bairro do Limão, foi pichado no fim de semana com a frase "vamos cuidar do futuro de nossas crianças brancas", seguida de uma suástica nazista. A solução da diretora da instituição, Cibele Racy, foi convidar os alunos, crianças de até seis anos, para fazer desenhos contra a discriminação racial por cima da mensagem de intolerância, tornando o caso mais uma oportunidade de aprendizado.
Um vizinho da escola, que prefere não se identificar, contou ao Terra ter ouvido um barulho estranho na madrugada de sábado para domingo, e resolveu levantar para ver do que se tratava. Quando olhou pela janela, viu três indivíduos terminando uma pichação, entrando em um carro e indo embora. No dia seguinte, ao ver a inscrição no muro, teve certeza do que presenciara.
A escola nunca havia sofrido qualquer tipo de violência do tipo, e o ato de vandalismo deixou indignados muitos moradores da comunidade no entorno. Eles contaram que a direção do colégio sempre teve preocupação de promover atividades contra a discriminação para as crianças. A festa junina deste ano, por exemplo, em vez dos tradicionais chapéus de palha e camisas xadrez, teve como principal tema a cultura afrobrasileira. A mudança foi uma iniciativa para ensinar as crianças a não ter preconceito racial.
A mensagem de ódio pichada no muro pode ter sido uma resposta de pessoas que estão incomodadas com as políticas da escola. A diretoria, porém, não pretende mudar de rumo, a exemplo da pintura do muro que deve fazer com as crianças. A diretora deve convocar uma reunião com os pais para, além de conversar sobre a promoção da atividade, discutir sobre a intolerância racial.
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