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Agronegócios
Sexta - 11 de Outubro de 2013 às 10:25

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Secom/MT
Estado é o maior exportador de grãos e responsável por 66% do superávit da balança comercial brasileira
Estado é o maior exportador de grãos e responsável por 66% do superávit da balança comercial brasileira
A Lei Complementar nº 31 de 1977, assinada pelo então presidente Ernesto Geisel e que criou o Estado de Mato Grosso do Sul, completa 36 anos nesta sexta-feira (11). Feriado no estado vizinho, aqui em Mato Grosso, a data praticamente não é lembrada.

Se por um lado, à época, em pela ditadura militar, a divisão pegou muitos de surpresa, hoje, a análise é que a cisão foi fundamental para o desenvolvimento econômico, político e social de ambos estados.

“O ponto negativo para época é que não houve uma consulta popular, um plebiscito em que fosse votada essa divisão. Mas, não há dúvidas de que, mais cedo ou mais tarde, ela aconteceria”, afirmou o historiador e economista, professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Fernando Tadeu de Miranda Borges.

Segundo Borges, estudioso do tema há anos, a “necessidade” da divisão começou com a chegada do trem em Campo Grande, em 1914.

“O trem era esperado por Cuiabá desde 1852 e, na hora de Mato Grosso recebê-lo, o traçado foi desviado e o caminho levou a Campo Grande. Foi como um golpe no sonho alheio e, desde ali, foi lançada a divisão, que uma hora ou outra chegaria”, afirmou Borges.

Foco

 

Mary Juruna/MidiaNews

Para Alfredo Menezes, de "patinho feio", Mato Grosso passou a ser protagonista

Mesmo que Mato Grosso não comemore a data em que deixou de ter 357.124,962 km² de extensão, para o analista político Alfredo da Mota Menezes, o Estado deveria fazê-lo.

“O temor era que a parte mais rica estava se separando. Ficamos com 38 municípios e, com exceção de Cuiabá, Várzea Grande e Rondonópolis, todos eram muito menores. Éramos o patinho feio e conseguimos virar o jogo”, afirmou.

“Hoje, somos 141 municípios, contra 79 de Mato Grosso do Sul. Se pegarmos nossa população, renda per capita e PIB interno, por exemplo, Mato Grosso suplantou Mato Grosso do Sul. Nossa produção econômica é maior e até o número de cabeças de gado. Ou seja, o que parecia um problema, ao longo dos anos, devido à migração dos sulistas e aos investimentos feito pelos militares, não é mais. A divisão foi boa para ambos”, disse Menezes.

Segundo a Secretaria de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme), Mato Grosso cresceu em 2012 cinco vezes na média do PIB nacional.

Além disso, o Estado é o maior exportador de grãos, o que influencia e faz Mato Grosso ser hoje o responsável por 66% do superávit da balança comercial brasileira.

No último ano, ainda conforme a pasta, o superávit ficou em R$ 17 bilhões e Mato Grosso, praticamente sozinho, teve a receita de R$ 14 bilhões.

Do ponto de vista político, o prefeito de Várzea Grande à época da divisão, atual deputado federal Júlio Campos (DEM), também afirmou que a divisão foi importante.
 

Divulgação

Segundo Júlio Campos, divisão foi fundamental para a política da região Centro-Oeste

“A divisão trouxe uma representatividade maior da região Centro-Oeste. Ao invés de três senadores, passamos a ser seis nos dois estados. Ao invés de oito deputados federais, tivemos 16”, afirmou Campos, que foi o segundo governador de Mato Grosso após a divisão.

“Nosso Estado não é o mesmo de 36 anos atrás. E, se não fosse a divisão, poderíamos não estar tão desenvolvidos como estamos. Temos problemas? Claro que temos, mas também nos tornamos um estado altamente viável”, completou o deputado.

Desafios


Com uma extensão de 903.329,700 km², pouco mais de três milhões de habitantes e uma economia baseada, principalmente, no agronegócio, Mato Grosso também acumula desafios para os próximos anos.

Se por um lado o Estado exporta muito e há uma grande representatividade no setor dos grãos e pecuária, por outro, o social é, por vezes, deixado de lado.

“Temos dois grandes desafios. O primeiro é na distribuição das riquezas. Nosso PIB é alto, o décimo, mas é concentrado nas mãos de poucos. É preciso descentralizar. Outro desafio: não podemos ser eternamente produtores de matéria-prima. Precisamos partir para a agroindústria. Assim como nós, Mato Grosso do Sul. também”, afirmou Alfredo da Mota Menezes.





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