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Internacional
Domingo - 16 de Outubro de 2011 às 13:35
Por: Gabriel Gonçalves

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A festa está montada! Para comemorar os 30 anos de estrada, o Grupo Garagem, capitaneado por Rowney Scott, Ivan Bastos e Ivan Huol, reservou para o próximo domingo (16) o Teatro Castro Alves, palco onde a banda fez suas primeiras apresentações, três décadas atrás. Contando com a participação de diversos músicos, incluindo a Orkestra Rumpilezz e a Orquestra Sinfônica Juvenil da Bahia, além da exibição de um documentário sobre a banda, a apresentação será transmitida ao vivo pela Rádio Educadora e pelo portal do Irdeb.

O G1 conversou com exclusividade com Huol, baterista do grupo, que falou sobre o show de 30 anos e sobre a história deste grupo de amigos que resolveu viver da música.

G1BA - Como surgiu a ideia de fazer um show no TCA para marcar os 30 anos da banda?

Ivan Huol - Já havíamos feito um concerto para os 20 anos do grupo com a Orquestra Sinfônica da Bahia (OSBA) no TCA e tivemos um ótimo resultado. Nossas primeiras apresentações em público foram justamente nesse palco abençoado, 30 anos atrás, no festival de Música do EBEC, e no Festival de Música Instrumental da Bahia.

G1BA - Como a Orkestra Rumpilezz e a Orquestra Sinfônica Juvenil da Bahia entraram nos planos do show?

Ivan Huol - Consideramos a Rumpilezz e o Neojibá (projeto no qual a Orquestra Juvenil está inserida) duas grandes revoluções na música baiana contemporânea. Poder juntar as duas nesse concerto em nome da nossa comemoração é uma honra e ao mesmo tempo uma atitude que reforça esse movimento que, acreditamos, o Garagem contribuiu e tem muito a contribuir ainda.

G1BA - Haverá também a participação de outros músicos, como Mou Brasil, Luisinho Assis e Paulo Mutti. Qual a relação de cada um com o Grupo Garagem?

Ivan Huol - Mou e Luisinho são velhos parceiros de Garagem e tocar com eles é sempre um prazer renovado. Digamos que eles são parte da nossa sonoridade, do nosso conceito, que a gente nem sabe muito bem qual é (risos). Paulo Mutti é da novíssima geração de músicos instrumentais, ou não, que está sempre tocando com a gente nesses últimos cinco anos, como se fosse gente grande (risos).

G1BA - A exibição do documentário sobre a banda ocorrerá antes ou depois do show?

Ivan Huol - A Orquestra Juvenil abrirá com a obra "Danzon II", então ocorrerá a exibição do documentário, para depois haver a primeira participação do Garagem, solo.

G1BA - O ingresso gratuito para o evento foi uma vontade da banda desde o início dos planos para o show?

Ivan Huol - Na verdade, na nossa parceria com o TCA e o Governo do Estado, não seria possível a cobrança de ingresso para o evento. Melhor que isso, impossível!

G1BA - Como se deu a formação da banda Garagem em 1981?

Ivan Huol - O núcleo criador do Garagem era formado por alunos do curso livre de música da EMAC/UFBA - hoje EMUSA. Eu conhecia os irmãos Scott, Roninho e Guiga também dos tempos do surf no Corsário [praia de Salvador] e Lula Kottler era meu contemporâneo de colégio. Jean Toullier era meu colega no curso de percussão do saudoso Fernando Santos e posteriormente Toni Duarte (baixista) era o único que não frequentava a escola.

G1BA - Qual era o objetivo da banda na época?

Ivan Huol - Fazer uma banda para tocar música instrumental e MPB de qualidade.

G1BA - Como foi a aceitação do público na época?

Ivan Huol - O público adorava ver aquele bando de meninos tocando cheio de vitalidade. O nosso astral superava em muito nossas limitações musicais.

G1BA - Na mesma época, o movimento de bandas Punk Rock estava nascendo em Salvador, captaneadas pelo Camisa de Vênus. Havia certa rivalidade entre as vertentes?

Ivan Huol - Não, não havia qualquer rivalidade, apenas sentíamos um certo orgulho de tocar o que tocávamos, sem aquele clichê de jovens que tocam rock.

G1BA - Quais as inspirações musicais da banda na época? E atualmente?

Ivan Huol - A Cor do Som, Milton Nascimento, Toninho Horta, Egberto, Hermeto, Victor Assis Brasil, Jazz, Grupo Spirogira, Gil, Caetano e, é claro, a música instrumental soteropolitana: Lula Nascimento, Anunciação, Luciano Sousa, Grupo Camaleon, Sexteto do Beco e tantos outros.

Atualmente estamos mais baianos do que nunca. Não por acaso, a nossa "Jam no MAM" tem sido abrilhantada pela nata da percussão afro-baiana, influenciando toda uma geração de músicos, cada vez mais ligados à nossa musicalidade, num processo afirmativo que transcende os limites artísticos, em sintonia com essa nova ordem mundial em que vivemos.

G1BA - Como avalia a trajetória da banda nestes 30 anos? Acham que ela foi subvalorizada?

Ivan Huol - Às vezes sim, como resultante das crises econômicas (Cruzeiro, Cruzado, Cruzado Novo, Collor e o Real) e a consequente falta de patrocínio e profissionalismo das nossas produções, mas muitas vezes esse é um processo natural de maturação. Cabe à gente tentar fazer sempre melhor e ser valorizado também é uma consequência disso. Digamos que, se fizéssemos música Pop seríamos mais populares, mas vocês da imprensa e o nosso público dão uma baita valorizada na gente. Quem sabe a gente mesmo é que precise se valorizar mais?

G1BA - Se vocês pudessem enviar hoje uma mensagem aos integrantes do Grupo Garagem de 30 anos atrás, o que falariam para vocês mesmos?

Ivan Huol - Estudem bastante, se dediquem mais do que o bastante, mas acima de tudo, não desistam!

Serviço

Data: Dia 16 de outubro
Local: Teatro Castro Alves
Horário: 20h
Ingresso: Gratuito. Podem ser adquiridos na bilheteria do TCA, mediante a apresentação do panfleto promocional, distribuído nos principais teatros de Salvador e durante as sessões da "JAM no MAM". Já o flyer digital está disponibilizado para impressão na página do Facebook do Grupo Garagem.





Fonte: Do G1 BA

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