Repórter News - reporternews.com.br
Nacional
Quinta - 13 de Outubro de 2011 às 12:48

    Imprimir


A Marcha Contra Corrupção que acontece no feriado de Nossa Senhora de Aparecida, dia das crianças, reuniu na capital paulista estudantes, famílias, associações de bairro e movimentos como o da maçonaria. De acordo com a Polícia Militar, cerca de 1 mil pessoas se reuniram em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista. Até o fim da tarde, o número de participantes subiu para 5 mil.

Os manifestantes não interromperam o tráfego de veículos e solicitam que os motoristas buzinem enquanto o farol está fechado. Com apitos, megafones e faixas eles pedem a aprovação definitiva da Lei da Ficha Limpa, o fim da imunidade parlamentar, a tipificação da corrupção na lei de crimes hediondos e a investigação sobre as denúncias do deputado Roque Barbiere, do PTB de São Paulo, de que deputados estariam vendendo emendas parlamentares.

Os protestos tiveram como alvo políticos como o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD-SP), o vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP), o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e o deputado Paulo Maluf (PP-SP).

De acordo com o coordenador do movimento Unidos Contra a Corrupção, Márcio Zalma, de 43 anos, a marcha é apartidária. "Protestamos contra a corrupção em todos os níveis, desde o suborno no trânsito até a corrupção dos políticos. A corrupção está enraizada no povo", disse.

Um dos movimentos que trouxe mais manifestantes foi o da Maçonaria Contra a Corrupção. Cerca de 400 maçons engrossaram a marcha paulista. Um deles é o analista de qualidade Daniel Berbel, de 23 anos.

"A maçonaria é uma sociedade secreta filantrópica de mais de mil anos. Em São Paulo, há cerca de 30 lojas (núcleos de reunião maçom) e no movimento contra a corrupção somos mais de 2 mil", calcula Berbel, que faz parte do núcleo da Lapa, que tem 130 pessoas, em sua maioria trabalhadores com mais de 40 anos, segundo ele.

Estamos em todas"

A Marcha contra a Corrupção também conta com a participação de senhoras da organização não-governamental Amigos Associados de Ribeirão Bonito. A aposentada Cristina da Veiga, de 62 anos, conta que conheceu a associação enquanto participava da marcha contra corrupção do 7 de setembro. "Somos um grupo de 20 pessoas, amigos de infância, e decidimos aderir ao movimento para dizer aos jovens: até quando você vai ficar sem fazer nada? A gente tem que mobilizar a juventude porque a gente já fez muito."


Segundo a aposentada, as amigas participaram das passeatas pelo impeachment do ex-presidente e atual senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL). "Eu estava grávida quando participei da Marcha da Família com Deus pela Liberdade em 1964", diz Maria Luiza Marques. "Estamos em todas", completa a empresária Ana Maria Souza Queiroz, de 65 anos.

Famílias inteiras também participaram do protesto. A técnica contábil Cleide Coutinho, de 37 anos, e seu marido, o engenheiro Carlos Eduardo Minniti, de 51 anos, trouxeram as duas filhas, Ana Clara, de 3 anos, e Carla, de 12, para comemorar o dia das crianças protestando contra a corrupção. "Trouxe elas porque a gente começa mostrando para os nossos filhos, para que participem", disse a mãe.

Cleide é ativista contra a verticalização do bairro de Perdizes, na zona oeste da cidade, e contra a especulação imobiliária abusiva na cidade de São Paulo. Com uma camiseta contra Kassab, ela acusou o prefeito de interferir no crescimento do bairro por causa da especulação. "Assim como está acontecendo no Itaim Bibi por causa da venda do Quarteirão (da Cultura) nós também protestamos em Perdizes. Mas a voz do povo não está sendo ouvida", protesta Cleide.

Voto distrital

Outro grupo que se associou à marcha desta quarta-feira foi o Eu Voto Distrital. Um dos líderes do grupo, que contou com cerca de 100 pessoas na marcha, é o empreendedor social Pablo Ribeiro, de 25 anos.

Pablo distribuiu aos manifestantes um folheto que pede assinaturas para incentivar a aprovação do voto distrital no Congresso Federal. A meta, segundo ele, é coletar 1 milhão de assinaturas para pressionar os parlamentares.

Incidente

De acordo com a PM, a marcha transcorreu sem incidentes graves. Em uma ocorrência, porém, um jovem punk foi preso após jogar pedras contra a lanchonete da avenida Paulista. Ele estava em meio à multidão que realizava o protesto.





Fonte: Do IG

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/72823/visualizar/