Justiça concedeu soltura aos PMs e ao empresário acusados de espancar estudante africano por entender que não prejudicam curso da investigação
Três envolvidos na morte estão soltos
Os principais envolvidos na morte do estudante africano Toni Bernardo da Silva, de 27 anos, espancado no restaurante Rola Papo, em Cuiabá, estão soltos. Ontem, passados 19 dias do caso, a Justiça entendeu que o ato não se tratou de homicídio, ao contrário do que foi apurado pela Polícia Civil, e que, como não estão interferindo negativamente nas investigações, os policiais Higor Marcell Montenegro e Wesley Fagundes Pereira, ambos de 24 anos, e Sérgio Marcelo Silva da Costa, de 27 anos, podem responder as acusações em liberdade provisória.
De acordo com o advogado dos policiais, Ardonil Gonzáles Júnior, apesar de a promotoria “ter entendido como nós”, que não houve homicídio, mas sim, lesão corporal seguida de morte, neste momento “o que se discute é se os acusados são pessoas boas ou más”.
Ou seja, se possuem antecedentes criminais, residência fixa, se estão colaborando ou não com as investigações e se existe o risco de fuga. De acordo com Ardonil, o processo havia sido distribuído para a 3ª Vara Criminal, mas, com a ausência do magistrado responsável, foi para a 8ª Vara, onde foi definida a soltura dos acusados.
Ardonil e o advogado de Sérgio, Namir Luiz Brenner, informaram que os três tiveram de pagar uma fiança de dois salários mínimos, cada, para responder em liberdade.
Ontem a família de Sérgio informou que em breve vai se pronunciar sobre o caso, conforme o ex-delegado, jornalista e advogado Almerindo Costa, pai do acusado, informou.
Toni Bernardo da Silva, estudante africano de Guiné-Bissau, veio para o Brasil em 2006 pelo Programa Estudante-Convênio de Graduação (PEC-G). Ele cursava Economia na UFMT, mas tinha sido desligado do Programa em fevereiro deste ano, segundo a universidade, por conta de reprovações. Aqui no Brasil teve problemas de saúde com uso de drogas. De acordo com a UFMT ele foi encaminhado para a Coordenação de Assistência e Benefício do Servidor, na Instituição, mas não aderiu ao atendimento.
O corpo de Toni Bernardo da Silva chegou a Guiné Bissau nesta segunda-feira, 18 dias após sua morte.
POLÍCIA - O processo de sindicância instaurado na Corregedoria da Polícia Militar para apurar o caso, com objetivo de verificar se cabem penas administrativas e quais são elas a Higor e Wesley dentro da corporação, ainda não foi concluído. O prazo termina domingo, dia 16.
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