Três engenheiros responsáveis pela manutenção e operação dos bondes de Santa Teresa serão ouvidos nesta terça-feira na Comissão de Análise e Prevenção de Acidente (Capa) do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea) do Rio de Janeiro. A comissão pretende apurar junto aos funcionários da Companhia Estadual de Engenharia de Transporte e Logística (Central) como eram realizadas as manutenções dos bondes e as possíveis causas do acidente, que vitimou seis pessoas e deixou 56 feridas em agosto.
Um laudo realizado pelo Instituto de Criminalística Carlos Eboli (CCE) indicou que o bonde de Santa Tereza tombou por falha no sistema de freios, causada por falta de manutenção adequada. Os peritos encontraram 23 falhas na condução e consideraram que ela não tinha condições de segurança para funcionar. O CCE diz que peças do eixo do bonde foram fabricadas artesanalmente ou estavam soldadas de forma precária.
O laudo aponta ainda que arames substituíam parafusos e uma estopa foi usada como tampa da caixa de lubrificação. Os peritos ainda detectaram que o freio complementar, que era para ser usado em emergências, foi acionado, e não funcionou, indicando que o motorneiro tentou frear. A superlotação foi apontada como agravante. No momento do acidente o bonde levava 62 pessoas, 50% a mais que a sua capacidade normal.
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