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Terça - 11 de Outubro de 2011 às 08:27
Por: Glaucia Colognesi

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Após quase quatro meses em que explodiu o escândalo de suposta cobrança de propina por parte de vereadores ao prefeito de Sorrido, Chicão Bedin, em troca de favores políticos, os réus no processo ainda continuam com os mandatos intactos, mesmo estando afastados dos cargos.

A sessão em que iria ser apreciado em plenário o parecer da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar aconteceria no último dia 5, mas foi suspensa por determinação judicial 15 minutos antes de ser iniciada. A medida é provisória até a análise do mérito do mandado de segurança impetrado por uma das investigadas, a vereadora Roseane Amorim (PR).

Na sessão, a Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara iria ler o parecer que poderia ser pela cassação, absolvição ou pena alternativa a Roseane e aos outros vereadores envolvidos, o apresentador de TV Francisco Chagas Abrantes (PR) e Gerson Frâncio, o Jaburu (PSB). Com a suspensão da sessão de julgamento, não há prazo para o retorno dos trabalhos.

O presidente da Câmara de Sorriso, vereador Luis Fabio Marchioro (PDT), disse já ter ido junto com representante do Ministério Público, pedir celeridade na análise do mandado de segurança ao juiz responsável pelo caso. Marchioro ressaltou que os parlamentares investigados já tentaram de todas as formas tumultuar os trabalhos da Comissão de Ética. Segundo ele, já são sete ou oito mandados de segurança interpostos, mas cinco deles não prosperaram.

Nos recursos, os investigados tentam levantar problemas burocráticos da composição da Comissão de Ética e colocar os membros dela sob suspeição. Marchioro garantiu que não há nada de irregular na condução do processo e contou que os membros da comissão chegaram a ir até municípios onde houveram cassação de vereadores, como Cuiabá e Tangará da Serra, para se informar sobre os ritos legais de um processo como este.

Recentemente, a Câmara de Tangará cassou o prefeito Júlio Cesar Ladeia (PR), o vice José Jaconias (PT) e mais quatro vereadores por conta de irregularidades na terceirização da Saúde. Já em Cuiabá, Ralf Leite (PRTB) e Lutero Ponce (PMDB) foram cassados em 2009. O primeiro perdeu o mandato por quebra de decoro por conta de envolvimento com travesti menor de idade, o segundo por improbidade administrativa quando presidia o Legislativo.

Extorsão

O escândalo se tornou público depois de uma investigação marcada por quebra de sigilo telefônico conduzida pelo Gaeco, que resultou na prisão e no afastamento dos três vereadores por Sorriso. Segundo as investigações, os parlamentares cobravam entre R$ 40 mil e R$ 500 mil para aprovar as contas do prefeito Chicão Bedin e exigiam o pagamento do chamado mensalinho.





Fonte: Rdnews

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