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Agronegócios
Segunda - 10 de Outubro de 2011 às 15:47

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A qualidade da soja colhida em Mato Grosso é superior ao grão cultivado nos Estados Unidos, maior produtor da oleaginosa no mundo. Na composição do grão mato-grossense o índice de proteína varia de 39% a 42% e de óleo entre 17% a 22%. Já em campos americanos o máximo da qualidade da soja, que são os elementos que compõem os grãos, é de 37% de proteína e 20% de óleo. “O máximo deles [Estados Unidos] é o mínimo nosso”, a avalia a coordenadora da pesquisa de classificação dos grãos, Maria Aparecida Braga Caneppele.

O projeto que demorou quatro anos para ser concluído é resultado de uma parceria entre a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT). Conforme a pesquisadora, a qualidade do grão mato-grossense é praticamente uniforme em todas as regiões do estado. Além disso, ela acrescenta que os índices são os responsáveis pela média positiva no desempenho nutricional da soja brasileira, que varia de 7% a 22% no caso do óleo e de 35% a 42% na proteína. “Conseguimos constatar que o grão da soja plantada em Mato Grosso é excelente e atende as exigências da indústrias”, complementa.

A coordenadora explica que os resultados positivos são influenciados pelas condições climáticas. Conforme a pesquisa, a temperatura ambiental interferiu no conteúdo de proteínas totais da semente de soja, as quais acumularam em maior quantidade diante de ambiente com temperatura em torno de 30 graus. “A cada 1º grau é acrescido 6,6 gramas de proteínas. Essa evolução ocorre até a temperatura atingir 30º C. E é justamente essa condição climática que predomina em todas as regiões de Mato Grosso. O que não ocorre em outros estados brasileiros”, explicou.

O estudo aponta ainda “que o recebimento de soja é um dos pontos mais críticos de sua comercialização, pois o produtor é penalizado quando os valores de umidade e avariados excedem os limites de tolerância, deixando assim de agregar valores ao produtor, por não adotar os tratos de pós colheita que ajustam esse produto aos padrões de qualidade”. Impurezas e umidades representam entre 80% a 85% do descontos no valor do produto para o agricultor. Para o presidente da Aprosoja-MT, Glauber Silveira, o próximo passo é espalhar a informação de que Mato Grosso produz a melhor soja do mundo. “É o que o mercado chinês exige e outros que poderão surgir”.

Por outro lado, ele questiona a melhoria no manejo dos grãos, que no descuido pode implicar para o aumento das perdas dos grãos causadas pelas pragas, percevejos entre outros problemas. O ataque de percevejos em lavouras de soja pode significar redução no tamanho dos grãos, tornando-os enrugados, chochos e de coloração mais escura que as normais, consequentemente, acarretam perda na produção. O presidente da Comissão de Gestão de Produção da Aprosoja, Naildo da Silva Lopes, destaca que as pesquisas norteiam o caminho em que o produtor precisa seguir, dando condições e mostrando onde pode ter melhoria. “O controle e a orientação é um processo contínuo”.

Produção – Mato Grosso deve produzir 21 milhões de toneladas de soja na safra 2011/2012 em uma área de 6,6 milhões hectares. A estimativa é do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).






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