O parecer da sindicância gerou a abertura de um Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) conduzido pela UFMT que poderá resultar na absolvição ou até na expulsão do professor do quadro de profissionais da universidade. “Três profissionais integram o procedimento administrativo desenvolvendo um trabalho isolado para evitar influências. Um é professor da área de tecnologias da universidade os outros dois são representantes externos da Controladoria Geral da União (CGU)”.
Em entrevista ao G1, o professor Denis Guerra negou todas as suspeitas levantadas contra ele. “Essas acusações são falsas. Eu nego todas. Não houve fraude alguma nos trabalhos publicados”, declarou. No entanto, segundo comunicado divulgado pela editora - na época que o caso veio à tona - os trabalhos foram retratados publicamente com sinais de possíveis fraudes. A Elsevier informou que há sinais de manipulação evidentes e conclusivos. O trabalho do grupo teria adulterado determinados gráficos e imagens.
Diante da investigação administrativa aberta pela UFMT, Guerra pediu afastamento da coordenação do Mestrado do Departamento de Recursos Minerais do curso de Geologia. Ele continua trabalhando apenas como professor da instituição.
O PAD ainda está em andamento na universidade. Guerra também informou que está apenas aguardando a notificação para prestar esclarecimentos no procedimento administrativo. “Estou aguardando ser chamado pela comissão para apresentar as minhas alegações”, declarou o professor.
Na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o procedimento administrativo puniu o químico Cláudio Airoldi com a suspensão de 45 dias por agir com suposta negligência devido ao envolvimento nestas publicações. Em esclarecimentos prestados inicialmente à sindicância, Guerra eximiu o professor Airoldi de qualquer responsabilidade em relação às publicações dos artigos na revista Elsevier.
Segundo vice-reitor da UFMT, o fato envolvendo o professor Guerra fez a instituição começar a pensar em elaborar um procedimento padrão para investigar este tipo de situação. Algo que ainda não existe. No entanto, o pró-reitor esclareceu que, se forem comprovadas as supostas fraudes atribuídas ao profissional, ele poderá sofrer sanções consideradas graves. O Brasil não possui uma autoridade federal para avaliar casos como esse, portanto, cabe às universidades aplicar penalidades caso sejam constatadas irregularidades.
O pró-reitor da UFMT informou que o resultado da sindicância foi enviado para a Unicamp e também para o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq ) que está acompanhando o caso.
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