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Internacional
Sábado - 08 de Outubro de 2011 às 15:17

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O presidente do Iêmen, Ali Abullah Saleh, disse que irá deixar o poder nos próximos dias, após ter comandado o país por 33 anos.

 

 

Saleh vinha resistindo a pressões para deixar o cargo, mesmo após quase nove meses de protestos populares exigindo sua renúncia.

 

Em um discurso transmitido na TV estatal iemenita, Saleu afirmou: ""Eu rejeito o poder e continuarei a rejeitá-lo e deixarei o poder nos próximos dias"".

 

Os mais fortes aliados de Saleh, os governos da Arábia Saudita e dos Estados Unidos, também vinham pressionando para que ele deixasse a liderança do país.

 

Pressões

 

Tanto sauditas como americanos viam em Saleh um aliado no combate à rede Al Qaeda, que possui ramificações no Iêmen. Mas ambos os países temiam que a crescente instabilidade no país pudesse fortalecer o braço iemenita da rede islâmica fundamentalista.

 

Recentemente, muitos tradicionais aliados de Saleh se bandearam para o lado da oposição.

 

O presidente do Iêmen chegou a sofrer um atentado à bomba, em junho deste ano. Os explosivos foram escondidos dentro da mesquita do palácio presidencial.

 

O líder iemenita sofreu sérias queimaduras e passou meses se recuperando na Arábia Saudita, só retornando ao país no mês passado.

 

Mesmo neste sábado, quando Saleh manifestou a sua intenção de renunciar, o país voltou a ser alvo de protestos populares. Manifestantes bloquearam várias ruas da cidade de Aden, queimando pneus para impedir a passagem de carros.

 

Perda de aliados

 

O Iêmen é um dos países mais pobres do mundo, com 40% de sua população vivendo à base de US$ 2 por dia (cerca de R$ 3,5).

 

Saleh conseguiu se fortalecer ao longo de décadas em que combateu com êxito rebeldes muçulmanos xiitas no norte do país, militantes socialistas no sul e o ramo iemenita da rede Al Qaeda.

 

Sua escalada rumo ao poder teve início ainda na década de 70, quando o líder do então Iêmen do Norte, Ahmed al-Ghashmi, o indicou como dirigente militar de Taiz, a segunda maior cidade do Iêmen do Norte.

 

Em 1978, Saleh se tornou o líder do Iêmen do Norte, após Ghashmi ter sido morto em um atentado à bomba.

 

O conflito entre o Norte e o Iêmen do Sul só teve fim em 1994, quando Saleh foi eleito presidente do Iêmen unificado pelo Parlamento do novo país.






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