Peritos encontraram 23 falhas no bonde que sofreu um acidente em Santa Teresa, no Centro do Rio de janeiro, em 27 de agosto. O Jornal Nacional teve acesso ao laudo. Na tragédia, seis pessoas morreram e 56 ficaram feridas.
O laudo de 34 páginas do Instituto de Criminalística Carlos Eboli é taxativo. O bonde número 10 não tinha condições de segurança para funcionar.
De acordo com o ICCE, ele tombou por falha no sistema de freios, causado por falta de manutenção adequada.
Os peritos analisaram o local do acidente, a oficina de manutenção, a rede elétrica e também testaram em laboratório as peças do bonde.
O laudo produzido por eles lista 23 problemas e expõe a precariedade impressionante de todo o sistema.
Peças do eixo do Bonde foram fabricadas artesanalmente ou estavam soldadas ao chassi de maneira grosseira.
Havia ainda arames substituindo parafusos e até uma estopa usada como tampa da caixa de lubrificação, como mostram as fotos anexadas ao laudo.
Dentro do sistema de ar comprimido, responsável pelo acionamento dos freios, foram encontrados óleo e água, o que, segundo o laudo, evidencia falta de manutenção preventiva.
De acordo com os peritos do ICCE, o freio mecanico de estacionamento, espécie de freio complementar que pode ser usado em emergências, foi acionado, mas não funcionou , o que indica que o motorneiro tentou frear.
No dia seguinte ao acidente o secretario de Transportes Julio Lopes chegou a insinuar que o acidente tivesse sido causado por falha do condutor do bonde.
Além de toda a precariedade outro fator influenciou o aumento da tragédia.
No momento do acidente o Bonde de Santa Teresa estava superlotado. Transportava 62 pessoas, 50% a mais que a sua capacidade normal.
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