CNA defende capacitação de técnicos para atuar na cadeia produtiva
O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) e a Embrapa Caprinos e Ovinos, filial da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), devem iniciar até o fim do ano um processo de capacitação na área rural com o objetivo de ampliar o quadro de profissionais que atuam na ovinocaprinocultura. O tema foi discutido nesta quinta-feira (6/10), na reunião da Comissão Nacional de Caprinos e Ovinos da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Um dos pontos abordados no encontro, que tem preocupado os produtores, é a falta de mão de obra qualificada no setor, o que prejudica a qualidade da produção de carne, leite e outros derivados destes animais. A idéia é capacitar instrutores e multiplicadores, por meio das administrações regionais do SENAR, em cursos presenciais e à distância, para todas as fases de produção dentro das propriedades. É um passo fundamental dentro do processo de reestruturação da cadeia produtiva que discutimos há muitos anos”, disse o presidente da comissão, Edilson Maia. Segundo ele, esta iniciativa vai de encontro a um projeto de governança defendido pela CNA, outro tema debatido no encontro. Este projeto, que está sendo elaborado em parceria com a Universidade de Brasília (UnB), definirá as diretrizes para diagnosticar os principais problemas enfrentados pela cadeia produtiva de caprinos e ovinos no País, promovendo o aprimoramento da produção. Estas diretrizes serão feitas com base em um amplo estudo encomendado pela comissão apontando as principais carências da atividade. Outra proposta deste projeto é a busca de parcerias junto a outras instituições, como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), a própria Embrapa e entidades estaduais de pesquisa. O projeto foi apoiado por vários participantes da reunião, que também relataram algumas dificuldades que impedem o crescimento da atividade no Brasil. Segundo o presidente do Sindicato de Criadores e Caprinos e Ovinos do Distrito Federal (SINCCO-DF), Rogério Torkaski, um dos problemas no DF é o abate clandestino de matrizes. Nilson Paulo, da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (FARSUL), apontou a falta de assistência técnica aos produtores como um dos fatores que dificultam o desenvolvimento da cadeia produtiva. Também no encontro, foi apresentado relatório de visita de uma missão técnica, composta por representantes da CNA, SENAR e SEBRAE, a fazendas no Rio Grande do Sul para conhecer o modelo de produção de carne e lã desenvolvido nestas propriedades. Os membros da comissão discutiram, ainda, o custo de implantação de um abatedouro de ovinos.
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