As autoridades sanitárias de Brasília declararam nesta sexta-feira estado de alerta depois da confirmação de três mortes causadas pela bactéria Streptococcus pyogenes, que se propaga com facilidade e pode causar a morte em questão de dias. O terceiro óbito causado pelo vírus nos últimos 30 dias foi confirmado na noite de quinta-feira. Logo depois, a Secretaria de Saúde emitiu uma nota que dizia que "esses fatos representam um risco de propagação que necessita de uma rápida intervenção médica".
Em agosto, foram registradas as mortes de uma menina de 11 anos e de uma mulher de 38. A última vítima foi uma menina de 10 anos, na terça-feira, que chegou ao óbito cinco dias após ter apresentado os primeiros sintomas. Primeiramente, ela apresentou febre e fortes dores de cabeça, seguidas por vômitos e um mal-estar generalizado. Mesmo tratada com antibióticos, a infecção bacteriana não foi controlada.
Em comunicado aos pais, o Colégio Marista de Brasília, onde a menina cursava o 5º ano, pediu que os responsáveis fiquem atentos a qualquer suspeita. A orientação é que alunos que apresentem sintomas como febre, mialgia e dispneia, acompanhados de artrite, cefaleia, faringite, lesões na pele, diarreia e vômito sejam levados ao médico preventivamente.
No ano passado, a capital brasileira também esteve em alerta sanitária devido ao surto da bactéria Klebisiella pneumoniae carbapenemase (KPC), que matou 22 pessoas em dez meses. Embora ainda não haja uma definição concreta, as autoridades sempre suspeitaram que essa bactéria, uma das mais virais que existem, poderia ser desenvolvida nos hospitais públicos. O motivo é a falta higiene e outros fatores associados à má qualidade do serviço.
Médico: não há razão para pânico
Na quinta-feira, a Secretaria da Saúde do Distrito Federal afirmou que não há necessidade de a população aplicar medidas de prevenção e de controle no convívio familiar e no convívio direto.
O infectologista Julival Ribeiro disse que a Streptococcus pyogenes é responsável por infecções leves que provocam, por exemplo, amidalite e faringite. O problema, geralmente, é combatido por meio de antibióticos. "Em um número muito menor de casos, essa bactéria pode provocar infecções invasivas, mais graves", disse. Para ele, entretanto, não há razão para que a população entre em pânico. É preciso atenção especial para casos diagnosticados em pessoas imunosuprimidas, em diabéticos e em crianças.
"A coisa mais importante para evitar uma infecção é a higienização das mãos - antes de se alimentar, após tossir ou espirrar. A maneira mais frequente dessa bactéria ser transmitida é por meio de secreções respiratórias", afirmou.
Com informações da Agência Brasil.
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