Os enfermeiros, médicos, odontólogos, técnicos em enfermagem e agentes de saúde são responsáveis pelo atendimento à 1.771 aldeias indígenas, representantes de 28 etnias. As equipes realizam exames de rotina e acompanham pacientes acometidos por doenças simples. Os profissionais também encaminham enfermos para centros do Sistema Único de Saúde (SUS) em municípios próximos às aldeias onde vivem.
De acordo com o enfermeiro Sizinando Joel Pontes Lobato, de 40 anos, os profissionais tentaram manter o atendimento em casos emergenciais, apesar do atraso salarial. "O acesso a estas aldeias é muito difícil, precisamos fazer viagens de até 3 dias em pequenas embarcações para chegar aos pacientes. É complicado continuar realizando este tipo de serviço sem receber salário. Parte dos profissionais continuaram o trabalho por um tempo, mas os barqueiros também entraram em greve", conta.
A região sem atendimento é uma das áreas de atenção da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) por abrigar tribos onde foram encontrados índices alarmantes de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), como AIDS e sífilis. O número mais preocupante, segundo a Sesai, é em gestantes: 2,17% das futuras mães possuem sífilis.
A Sesai, responsável pela direção das DSEIs, informou ao G1 que repassou, em junho, verba de R$ 90 milhões para a Funasa. O dinheiro, segundo a Secretaria, deve ser direcionado para o pagamento dos funcionários das 34 DSEIs no país, inclusive aos do Alto Rio Negro. Em nota, a Funasa afirmou que a situação deverá ser regularizada em 15 dias.
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