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Nacional
Quinta - 06 de Outubro de 2011 às 20:05
Por: Marina Souza

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Ilustração/Hutukara
Aproximadamente 28 mil indígenas de áreas isoladas no interior do Amazonas estão sem atendimento médico desde o último dia 5 de agosto. A paralisação aconteceu devido à falta de pagamento de cerca de 320 servidores do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) do Alto Rio Negro, região que concentra o maior número de índios do Brasil. Os profissionais não recebem salário da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) desde o mês de junho, apesar do órgão ter recebido R$ 90 milhões exclusivos para os serviços nas DSEIs.

Os enfermeiros, médicos, odontólogos, técnicos em enfermagem e agentes de saúde são responsáveis pelo atendimento à 1.771 aldeias indígenas, representantes de 28 etnias. As equipes  realizam exames de rotina e acompanham pacientes acometidos por doenças simples. Os profissionais também encaminham enfermos para centros do Sistema Único de Saúde (SUS) em municípios próximos às aldeias onde vivem.

De acordo com o enfermeiro Sizinando Joel Pontes Lobato, de 40 anos, os profissionais tentaram manter o atendimento em casos emergenciais, apesar do atraso salarial. "O acesso a estas aldeias é muito difícil, precisamos fazer viagens de até 3 dias em pequenas embarcações para chegar aos pacientes. É complicado continuar realizando este tipo de serviço sem receber salário. Parte dos profissionais continuaram o trabalho por um tempo, mas os barqueiros também entraram em greve", conta.

A região sem atendimento é uma das áreas de atenção da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) por abrigar tribos onde foram encontrados índices alarmantes de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), como AIDS e sífilis. O número mais preocupante, segundo a Sesai, é em gestantes: 2,17% das futuras mães possuem sífilis.

A Sesai, responsável pela direção das DSEIs, informou ao G1 que repassou, em junho, verba de R$ 90 milhões para a Funasa. O dinheiro, segundo a Secretaria, deve ser direcionado para o pagamento dos funcionários das 34 DSEIs no país, inclusive aos do Alto Rio Negro. Em nota, a Funasa afirmou que a situação deverá ser regularizada em 15 dias.





Fonte: Do G1 AM

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