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Cidades/Geral
Quinta - 06 de Outubro de 2011 às 19:53

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O empresário Renato da Silva Mulin, proprietário de um pesqueiro no Córrego Paraíso (às margens da MT 358), em Tangará da Serra é autor de uma denúncia de crime ambiental. Segundo ele, uma empresa estaria esgotando a água do Córrego Paraíso para encher tanques para psicultura. Mulin fez a denúncia junto ao Ministério Público (MP) e diz confiar na responsabilização de quem está prejudicando o meio ambiente e, principalmente, na interdição do local.

“O Sol nasceu pra todos, mas do jeito que está aquilo ali não tem como. Se o córrego sustentasse os dois empreendimentos não teria problema. Mas a água é pouca, o córrego está praticamente seco. Alguém tem que fazer alguma coisa”, conta o empresário que possui 12 hectares de lâmina d´água (tanques) para psicultura, logo abaixo de onde outro empresário estaria construindo 17 hectares de lâmina d´água com a mesma finalidade.

Mulin conta que tudo começou em março de 2010 quando percebeu que máquinas da Prefeitura trabalhavam em uma área particular próxima à sua. Ele chegou a fotografar os caminhões e maquinários que faziam a abertura de tanques para psicultura. “Pela quantidade de tanques eu já percebi que a água do córrego não iria suportar e fiz as primeiras denúncias”, lembra ele.

Segundo Molin, o local chegou a ser visitado por funcionários da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA), mas as obras continuaram. Ele então procurou o MP e denunciou a utilização da máquinas da Prefeitura. O promotor, na época Antônio Moreira, notificou o Município e as máquinas deixaram de ser usadas. Mesmo assim, as obras continuaram a seguir com máquinas e caminhões particulares.

Em julho de 2010 Mulin chegou a denunciar que a empresa não possuía licenças para o empreendimento, mas poucos dias depois a SEMA concedeu as licenças à empresa. “Um processo desses leva no mínimo dois anos, e eles conseguiram a licença prévia e licença de instalação em seis dias. E a SEMA ainda estava em greve. É uma coisa que não dá pra entender”, reclama o denunciante.
Mas foi no mês de julho desse ano que as previsões de Renato Mulin se confirmaram. Ele conta que foi a primeira vez que o Córrego Paraíso secou totalmente. Desesperado, o empresário ligou 15 vezes para a Superintendência da SEMA (ligações registradas), mas a vistoria ocorreu somente três dias depois. “Eles pararam de captar a água pela manhã, e à tarde chegou a fiscalização e tirou fotografias”, conta.

Apesar de criticar a morosidade da SEMA e de outros órgãos ambientais, Renato Mulin diz que sempre foi atendido pelo Ministério Público. Ele lembra que foi a intervenção do MP que impediu que o Município de Tangará da Serra investisse dinheiro público na compra de uma área para ser doada à empresa denunciada. “A Câmara Municipal chegou a aprovar o projeto, mas o promotor interviu”, avalia Mulin que possui protocolos comprovando mais de 30 denúncias sobre o assunto.

O QUE ESPERA – Renato Mulin conta que o processo em andamento no Ministério Pública conta com 11 volumes. Ele diz confiar na Justiça e esperar que a construção de mais tanques de psicultura no
Córrego Paraíso seja embargada. “Quem quer fazer um empreendimento desse tamanho tem que procurar um rio maior. Quem sabe o Sepotuba. O Córrego Paraíso não comporta”, defende.

RESPOSTAS – O DS procurou o representante da empresa que realiza obras de construção de tanques no Córrego Paraíso. À reportagem, o representante disse que prefere não comentar as denúncias mas deixou claro que a empresa possui outorga para a utilização da água do córrego e que possui estudos que comprovam que não há dano ao meio ambiente. Já o secretário municipal de Infraestrutura de Tangará da Serra na época dos fatos citados na matéria (março de 2010), foi procurado em celulares que constam na agenda do DS. Nos dois números, ninguém atendeu.





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