É a maior queda nas comparações mensais neste ano e pode ser explicada pelo fato de, no fim de agosto e em setembro, algumas montadoras como as líderes Volkswagen e a Fiat terem dado dias de folga a funcionários de algumas fábricas devido ao estoque alto de veículos. Com isso, esse estoque, que havia subido em agosto, caiu em setembro de 37 para 36 dias.
Para a Anfavea, portanto, a queda no mês era esperada. "Tradicionalmente, nos últimos 5 anos, setembro sempre apresentou uma queda, em média, de 9%. Com as paralisações trabalhistas em montadoras e em fábricas de autopeças, esse recuo é normal", afirmou Luiz Moan, vice-presidente da entidade, citando também as rodadas de negociações salariais que mexeram com a produção e o fornecimento de peças sobretudo em São Paulo e no Paraná.
Sobre o mesmo período de 2010, houve um recuo de 6,2% na produção. Na época foram fabricados 278.411 veículos. No acumulado do ano é registrada alta de 3,3% sobre o ano passado, com 2.604.102 veículos contra 2.521.558 nos mesmos nove meses do ano anterior. A expectativa de crescimento na produção está mantida em 1,1%.
CKD
Diferente do que ocorria no ano passado, os números da Anfavea não consideram os conjuntos de veículos desmontados destinados à exportação (CKD) no total de produção e de exportações. Desta forma, os veículos produzidos em sistema CKD somaram em setembro 2.563 unidades contra 2.888 em agosto. No acumulado, são 17.191 unidades.
Segmentos
No segmento de automóveis e comerciais leves foram produzidas 238.795 unidades em setembro, uma baixa de 20,2% sobre agosto, quando 299.127 foram feitas. Em relação a setembro de 2010, quando foram fabricados 258.443, houve queda de 7,6%. No acumulado do ano, o setor soma 2.410.493 unidades, volume 2,6% maior que o registrado entre janeiro e setembro de 2010 (2.348.642).
A produção de caminhões também caiu em setembro, com 18.243 unidades, número 17% inferior ao apresentado no mês anterior (21.991). Sobre setembro do ano passado, houve alta de 10,7%, quando foram feitos 16.485 caminhões. Nos 9 primeiros meses do ano foram fabricados 159.028 desses veículos, uma alta de 12,8% sobre janeiro a setembro de 2010, cujo número foi de 140.924.
Entre os ônibus, 4.146 unidades foram feitas no mês passado, uma queda de 1,5% em comparação ao mês anterior, quando 4.208 unidades deixaram as linhas de montagem. Sobre setembro de 2010 (3.483 unidades), houve aumento de 19%. No acumulado do ano, o crescimento foi de 8,1%. Foram produzidos 34.587 ônibus em 2011, frente a 31.992 dos nove primeiros meses de 2010.
Exportações
Em setembro foram exportados 44.646 veículos, recuo de 0,5% quando levados em conta os números de agosto, quando saíram do país 44.878 unidades. Esses números excluem veículos desmontados (CKD).
Sobre setembro de 2010 (45.318), houve queda de 1,5% nas exportações. No acumulado do ano, foi registrada alta de 4,4%, com 385.966 veículos comercializados a outros países nos nove primeiros anos de 2011, contra 369.667 no mesmo período do ano passado.
Incluindo máquinas agrícolas, os valores de exportação somaram US$ 1,362 bilhão no mês passado, uma retração de 3,7% em relação a agosto, quando foi negociado US$ 1,4 bilhão. No acumulado, o volume total é de US$ 11,3 bilhão. Ao comparar com os US$ 9,2 bilhão exportados no mesmo período de 2010, o resultado representa expansão de 23%.
Importações e IPI
As importações apresentaram alta de 7,3%. Em setembro foram trazidas para o Brasil 79.038 unidades e, em agosto, 73.627. Considerando-se apenas o segmento de carros e comerciais leves, setembro teve 78.669 unidades importadas contra 73.244 em agosto, aumento de 7,4%.
Esses números contabilizam apenas as montadoras associadas à Anfavea, que são as que produzem carros no Brasil. Algumas trazem também veículos de outros países, a maioria vinda da Argentina e do México, países que, assim como o Uruguai, estão isentos do aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) determinado pelo governo brasileiro no mês passado.
Vendas
No número de veículos licenciados, houve queda 4,9% em setembro sobre agosto, mas o vice-presidente da Anfavea diz que a baixa é "enganosa". Segundo ele, o último mês teve 2 úteis a menos do que o anterior. No entanto, em agosto foram vendidos 14.244 carros por dia, em média. No mês passado, esse número subiu para 14.840 ao dia. A projeção de crescimento do mercado brasileiro continua em 5%.
Carros flex
A porcentagem de veículos flex na frota brasileira caiu de 82,9% em agosto para 81,6% em setembro. Em setembro de 2010, a participação dos carros bicombustíveis nas vendas de carros era de 86%.
Emprego
O índice de emprego na indústria automobilística encerrou setembro com 145.127 empregos diretos. Em relação a agosto (144.688), o aumento de colaboradores contratados foi de 0,3%. Ao considerar setembro do ano passado, a elevação do número de empregos atinge 8,3%.
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